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Festival Acessibilidança estreia montagens premiadas do Centro-Oeste

Projetos do Mato Grosso do Sul, Distrito Federal e Goiás serão exibidos em vídeos com audiodescrição e Libras, no canal da Funarte no YouTube.

A Fundação Nacional de Artes lança a quarta fase do Festival Funarte
Acessibilidança, com a Região Centro-Oeste, representada por
espetáculos premiados do Mato Grosso do Sul, do Distrito Federal e de Goiás.

A montagem  Capão Dançante, da Cia. Theastai de Artes
Cênicas (MS), abre a temporada no dia 15 de setembro, quarta-feira, às
20h. A programação segue com a performance Depois do Silêncio, da Arteviva Produções Artísticas e Universo Criativo (DF), no dia 22 de setembro. A agenda continua no dia 29, com Rodas em Dança: Livre e Lives, da Cia. de Dança Street Cadeirante (DF). No dia 6 de outubro, TransBordar, do Grupo Dança Inclusiva (GO), encerra a presença da  Região no festival.

As sessões em vídeos com audiodescrição e Libras ficam disponíveis
para acesso gratuito no canal da Funarte no YouTube  logo após o
lançamento. O Festival Funarte Acessibilidança teve início em junho,
com premiados da Região Norte. No mês de julho, foi a vez da Região
Sul e, entre o fim de julho e início de setembro, as montagens da
Região Nordeste foram exibidas na plataforma. Os projetos contemplados no Sudeste serão apresentados a partir de outubro.

No dia 15 de setembro, às 20h, o festival disponibiliza Capão
Dançante, da Cia. Theastai de Artes Cênicas, do Mato Grosso do Sul. O trabalho faz uma releitura de elementos culturais recorrentes do Estado, como festas nas fazendas e de padroeiros, bailes e tradições
sertanejas. Ao mesmo tempo, levanta questões como violência,
monocultura, monopólio político, machismo e coronelismo. O vídeo foi gravado no Teatro de Bolso do Sucata Cultural, em Dourados (MS), e dura 40 minutos.

Em cena, um DJ conduz o espetáculo, alterando e influenciando a
história. A companhia optou pelo personagem do DJ no lugar de um
sanfoneiro ou violeiro, referências musicais locais, para conferir uma
abordagem “mais moderna”.

Os intérpretes-criadores se utilizam
do bom humor e esperam seus convidados preparando um churrasco, com nuances de danças folclóricas, de forma estilizada, propondo técnicas da dança moderna, clássica e contemporânea, além das músicas tradicionais com o remix do DJ”, ressalta o grupo.

Na próxima quarta-feira, dia 22 de setembro, Depois do Silêncio, da
Arteviva Produções Artísticas e Universo Criativo, do Distrito
Federal, será exibido na plataforma. A encenação dialoga com os
elementos da dança e do teatro, com foco em coreografias que buscam
traduzir a dor, a revolta, a capacidade de comunicação e o afeto.
Alguns dos textos que compuseram a dramaturgia são inspirados na
história da educadora Anne Sullivan (1866-1936), conhecida por ter sido a professora de Helen Keller, uma menina surda e cega, por meio da Língua de Sinais pelo tato, nos anos 1920. A montagem traz depoimentos da realidade atual dos cegos e surdos.

Além de apontar os conflitos e as dificuldades, Depois do Silêncio
também aborda as conquistas das pessoas com deficiência.
“Pretende-se, assim, democratizar o acesso à cultura e contribuir com
a inclusão social, focando na capacidade produtiva das pessoas com
deficiência, numa encenação que sintoniza os sentidos e dialoga com a
dança, além de explorar os recursos cênicos da sonoplastia,
iluminação e projeções”, destaca a companhia.

Já no dia 29 de setembro, Rodas em Dança: Livre e Lives, da Cia. de
Dança Street Cadeirante, do Distrito Federal, será apresentado ao
público. Com a premissa “adaptar-se para superar obstáculos”, a
obra em vídeo tem tomadas cênicas dos trabalhos coreográficos, além
de depoimentos sobre a experiência vivida a partir de março de 2020.
As gravações foram realizadas entre dezembro de 2020 e janeiro de 2021 e, muitas vezes, foram registradas pelos próprios bailarinos com seus celulares. Dois videoclipes gravados externamente também foram
incorporados.

O nome em inglês lives se trata de um jogo de palavras com a
respectiva tradução para o português, que são ‘vidas’. A
pandemia nos prejudicou, mas também nos trouxe benefícios.
Amadurecemos, nos adaptamos e nos superamos. Mais uma vez, mais uma dificuldade. E eu gosto de falar: a vida continua em movimento, sempre, como na dança – pondera a fundadora da companhia, Carla Maia.

O grupo mantém aulas gratuitas on-line, ao vivo, uma vez por semana. As atividades virtuais de dança são direcionadas a cadeirantes inscritos nas redes sociais da companhia.

Para encerrar a programação da Região Centro-Oeste, o Grupo Dança
Inclusiva, de Goiás, exibe TransBordar, dia 6 de outubro. Para criar
a obra e pesquisar os movimentos, a companhia se pautou em alguns
verbos: fazer, afetar e transbordar.

Transpor as bordas, desviar-se dos limites, invadir e/ou alargar as margens e os sentidos. Um espetáculo que transborda os limites geográficos do Brasil e deságua em outros territórios que compartilham corpos, dores, amores e afeto. Nos resta, então, perguntar: O que você deseja transbordar? –  questiona o grupo.

A dramaturgia do trabalho foi criada considerando o contexto pandêmico de isolamento social, bem como a necessidade de se conseguir filmar com segurança e de dançar com máscaras. O coletivo realizou encontros virtuais e outras atividades à distância, para que os integrantes da companhia (muitos deles do grupo de risco) continuassem suas atividades, produzindo arte apesar de todas as dificuldades. As reuniões com as equipes do Brasil e de Portugal também foram realizadas virtualmente, durante todo o processo de montagem, filmagem e edição.

O Festival Funarte Acessibilidança

O Festival Funarte Acessibilidança, em estreia na instituição, foi
criado a partir das ações do Prêmio Festival Funarte Acessibilidança
Virtual 2020. No concurso público, foram premiados 25 projetos de
vídeos de espetáculos, que promovem o acesso de todas as pessoas à
arte.

Com a iniciativa, a Funarte busca realizar novas ações a partir do uso
das mais recentes tecnologias, estendendo, desse modo, um novo modelo para todo o Brasil. Assim, a Fundação reforça seu compromisso de promover e incentivar a produção, a prática, o desenvolvimento e a difusão das artes no país; e de atuar para que a população possa cada vez mais usufruir das manifestações artísticas. Criada em 1975, a Funarte segue, portanto, empenhada em acompanhar as transformações no cenário artístico e social.

O coordenador de Dança da entidade, Fabiano Carneiro, destaca a
importância de se levar essa linguagem artística à população,
durante o período de distanciamento social. “Estamos estreando o
Festival Funarte Acessibilidança, um projeto inédito com foco na
acessibilidade e na inclusão. Ao longo dos próximos meses, serão
apresentados espetáculos de dança das cinco regiões do Brasil,
plenamente acessíveis ao público, contemplando uma enorme diversidade na sua programação”, explica o coordenador.

O festival foi lançado no dia 16 de junho, com Lua de Mel, da Cia.
Lamira Artes Cênicas (Tocantins). Na semana seguinte, foi exibido
Maculelê: Reconstruindo o Quilombo, do Grupo de Dança Reconstruindo o Quilombo (Rondônia). Solatium encerrou a agenda das companhias da  Região Norte. A segunda fase teve montagens premiadas da Região Sul.

Flamenco Imaginário, da Cia. Del Puerto (Rio Grande do Sul), deu
início à programação. Em seguida, Convite ao Olhar, da Cia. de
Dança Lápis de Seda (Santa Catarina), foi disponibilizado. _Do
Avesso, do Grupo Nó Movimento em Rede (Paraná), fechou a temporada da
região.

A terceira fase divulgou os trabalhos da Região Nordeste. A estreia foi
com Estado de Apneia, do Grupo Movidos Dança Contemporânea (Rio Grande do Norte). Depois, foi a vez da montagem Ensaio sobre o Silêncio, da coreógrafa Taciana Gomes (Pernambuco); de Maré –
Versão virtual e acessível, do Coletivo CIDA (Rio Grande do Norte);
de Rio sem Margem, do bailarino Elísio Pitta (Bahia); de Plenitude,
da Cia. Dança Eficiente (Piauí); e de Ah, se eu fosse Marilyn!, do
coreógrafo Edu O., (Bahia). _Proibido Elefantes_, da Cia. Gira Dança
(Rio Grande do Norte), encerrou a etapa Nordeste do evento. A fase atual apresenta as montagens da Região Centro-Oeste. Os contemplados no Sudeste serão exibidos a partir de outubro.

Os projetos ficam disponíveis no canal da Funarte no YouTube

No decorrer do festival, o coordenador de Dança da Fundação, Fabiano Carneiro, participará de uma “live” com diretores e artistas de
dança, além de convidados.

Festival Funarte Acessibilidança

Com audiodescrição e Libras

Agenda dos contemplados da Região Centro-Oeste

Dia 15 de setembro, quarta-feira, às 20h

Estreia com exibição do espetáculo Capão Dançante, da Cia.
Theastai de Artes Cênicas (Mato Grosso do Sul)

Dia 22 de setembro, quarta-feira, às 20h

Montagem de dança Depois do Silêncio, da Arteviva Produções
Artísticas e Universo Criativo (Distrito Federal)

Dia 29 de setembro, quarta-feira, às 20h

Espetáculo _Rodas em Dança: Livre e Lives, da Cia. de Dança Street
Cadeirante (Distrito Federal)

Dia 6 de outubro, quarta-feira, às 20h

Montagem TransBordar, do Grupo Dança Inclusiva (Goiás)

Agenda dos contemplados das demais regiões

Região Sudeste – Dia 13 de outubro

Região Norte (espetáculos já disponíveis): Lua de Mel, da Cia.
Lamira Artes Cênicas (TO); Maculelê: Reconstruindo o Quilombo, do
Grupo de Dança Reconstruindo o Quilombo (RO); e _Solatium_, do Corpo de Dança do Amazonas (AM)

Região Sul (espetáculos já disponíveis): Flamenco Imaginário, da
Cia. Del Puerto (RS); Convite ao Olhar, da Cia. de Dança Lápis de
Seda (SC); e Do Avesso, do Grupo Nó Movimento em Rede (PR)

Região Nordeste (espetáculos já disponíveis): Estado de Apneia, do
Grupo Movidos Dança Contemporânea (RN); Ensaio sobre o Silêncio, da coreógrafa Taciana Gomes (PE); Maré – Versão virtual e acessível,
do Coletivo CIDA (RN); Rio sem Margem, do bailarino Elísio Pitta
(BA); de Plenitude, da Cia. de Dança Eficiente (PI); Ah, se eu fosse
Marilyn!, do coreógrafo Edu O. (BA), e Proibido Elefantes, da Cia.
Gira Dança (RN)

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