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Festival Militum 2025 celebrou a memória militar brasileira e internacional no cinema

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Sétima edição reuniu 26 filmes, exibiu 15 obras e premiou produções que retrataram desde a Segunda Guerra Mundial até episódios pouco conhecidos da história militar

O MILITUM – Festival de Cinema de História Militar chegou à sua sétima edição em 2025, consolidando-se como um espaço singular de preservação da memória e valorização do cinema histórico no Brasil. O evento recebeu a inscrição de 26 filmes — sendo 22 documentários e quatro ficções — oriundos de nove estados brasileiros (ES, PB, PE, PR, RJ, RS, SC, SE e SP) e três regiões do país, além de uma produção internacional da Itália, totalizando mais de nove horas de material audiovisual.

Entre os destaques, três obras foram produzidas especialmente para a mostra, reforçando o propósito do festival de estimular novas narrativas e registros sobre a história militar nacional.


Temas e narrativas

As produções, realizadas entre 2006 e 2025, abordaram variados episódios históricos, com maior presença da participação do Brasil na Segunda Guerra Mundial, em especial a atuação da Força Expedicionária Brasileira (FEB) e a Batalha do Atlântico.

Outros temas incluíram a história da Base Naval de Val de Cães, o Cerco da Lapa durante a Revolução Federalista, as fortificações coloniais que moldaram fronteiras, as lutas contra invasores europeus, a atuação da Intendência da Marinha, o Posto Oceanográfico da Ilha da Trindade, episódios da década de 1970 envolvendo a Esquadra Brasileira e os 90 anos do Tribunal Marítimo.

Após avaliação da Comissão Organizadora, 15 filmes foram selecionados para exibição ao público ao longo de cinco dias, concorrendo ao Troféu Apollo, entregue pelo Júri Oficial e pelo Júri Popular.


Organização e propósito

Idealizado e dirigido pelo cineasta Daniel Mata Roque, o Festival Militum foi organizado pela Pátria Filmes, em parceria com o Instituto de Geografia e História Militar do Brasil (IGHMB), a Diretoria do Patrimônio Histórico e Cultural do Exército (DPHCEx) e a Diretoria do Patrimônio Histórico e Documentação da Marinha (DPHDM). A realização contou ainda com o apoio da AHIMTB-Rio, da ANVFEB e do Clube Militar.

O troféu entregue aos vencedores leva o nome de Apollo, em homenagem ao Tenente Apollo Miguel Rezk (1918–1999), herói da FEB em Monte Castello e La Serra, reconhecido por sua bravura com medalhas brasileiras e pela Distinguished Service Cross, a maior honraria norte-americana concedida a um estrangeiro na Segunda Guerra.


Os premiados

Em 2025, o Festival premiou as seguintes produções:

Apollo de Melhor Fotografia: Cardo (FIC – BRA – 21’ – 2025), de Allan Riggs e Guilherme Suman

Apollo de Melhor Montagem: Agressão em Águas Sergipanas (DOC – BRA – 29’ – 2023), de Epitácio Fonseca e Demócrito Diniz

Apollo de Melhor Roteiro: Eu vi a cobra fumar: memórias catarinenses na FEB (DOC – BRA – 34’ – 2006), de Valmir Lemos

Apollo de Melhor Direção: A Segunda Guerra Submersa (DOC – BRA – 45’ – 2024), de Yuri Sanada

Apollo Febiano: Apollo Rezk: o herói esquecido (DOC – BRA – 22’ – 2025), de Bruno Guiguer

Apollo Historiador: 130 anos do Cerco da Lapa (DOC – BRA – 21’ – 2024), de João Carlos Toledo Júnior e Lino Junior

Apollo Naval: Ilha da Trindade, a Casa mais a Leste do Brasil (DOC – BRA – 12’ – 2022), de Edwaldo Costa

Apollo Filme Artesanal/Digital: Marinha e a Apollo XIII (DOC – BRA – 15’ – 2023), de Luiz Carlos dos Santos Córdova Júnior

Apollo de Melhor Animação: Cabedelo 1634: a última resistência (DOC – BRA – 7’ – 2025), de Umberto Dutra

Apollo de Melhor Documentário: E sono arrivati i Brasiliani (DOC – ITA – 40’ – 2025), de Vinicius Mariano de Carvalho

Apollo de Melhor Ficção: Cardo (FIC – BRA – 21’ – 2025), de Allan Riggs e Guilherme Suman

Apollo do Júri Popular: Agressão em Águas Sergipanas (DOC – BRA – 29’ – 2023), de Epitácio Fonseca e Demócrito Diniz

A única categoria não contemplada foi o Apollo Feminino, já que o júri não identificou obras que se enquadrassem nos critérios estabelecidos.


Um marco na memória audiovisual

A edição de 2025 reforçou o papel do Festival Militum como um espaço de difusão da memória histórica e de incentivo à produção cinematográfica dedicada a resgatar episódios fundamentais da trajetória militar brasileira. Com a diversidade de obras apresentadas, o evento reafirmou sua relevância cultural e histórica, estimulando novos olhares para o passado e projetando caminhos para futuras gerações de realizadores.

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