A Fundação Grupo Volkswagen, que atua com o propósito de promover a mobilidade social e o fortalecimento de comunidades, lançou recentemente o “Guia para Letramento e Desenvolvimento de Políticas de Diversidade em Organizações Sociais de Base Comunitária” ― publicação da Fundação em parceria com o Instituto Diverse ― na SENAI Firjan, em Resende, Rio de Janeiro.
O material tem o intuito de trazer informações, promover reflexões e propor caminhos para que as organizações do terceiro setor se tornem mais democráticas e diversas, contribuindo para a redução da discriminação e para a promoção da diversidade na região em que atuam. O evento teve a participação de representantes da Volkswagen Caminhões e Ônibus (empresa do Grupo Volkswagen que faz parte da governança da Fundação), do poder público e organizações sociais de Resende, a fim de proporcionar um espaço de diálogo e aprendizado sobre a importância da diversidade no terceiro setor. A agenda contou, ainda, com uma Oficina de Sensibilização e Desenvolvimento de Políticas de Diversidade.
“O lançamento deste guia é de extrema importância para promover a diversidade, equidade e inclusão, bem como fortalecer as capacidades locais e a assistência social. Para isso, contamos com a contribuição de parceiros do primeiro e do terceiro setor e, em especial, das organizações sociais de base comunitária com as quais a Fundação já atua. Além de reforçar valores de cidadania e direitos humanos que os Grupos Volkswagen e TRATON defendem”, afirma Livia Simões, Vice-Presidente do Conselho de Curadores da Fundação Grupo Volkswagen e Vice-Presidente de Pessoas, Cultura e Sustentabilidade da Volkswagen Caminhões e Ônibus.
Mais sobre o Guia de Diversidade
De acordo com Vitor Hugo Neia, Diretor-Superintendente e de Relações Institucionais da Fundação Grupo Volkswagen, o guia foi idealizado ao observar as organizações sociais comunitárias próximas às unidades de negócio do Grupo Volkswagen, em várias regiões do Brasil, analisando suas interações com grupos discriminados da comunidade. As organizações sociais de base comunitária, que atuam em territórios vulneráveis, lidam diretamente com a diversidade, abordando questões de gênero, raça, diversidade sexual, idade, deficiências, entre tantas outras, que, transversalmente, trazem marcadores socioeconômicos que acentuam desigualdades, exclusões e preconceitos.
“O Guia de Diversidade é o resultado de um trabalho colaborativo e dedicado para promover uma comunicação mais inclusiva e respeitosa, estimular a contratação de equipes mais diversas pelas próprias organizações e, sobretudo, inspirar ações concretas na ponta, em benefício das comunidades. Esperamos que ele seja uma ferramenta valiosa e crie ambientes mais acolhedores, produtivos e igualitários”, comenta Neia.
Tendo como objetivo principal incentivar as pessoas a se envolverem em processos de mudança necessários para criar ambientes mais inclusivos e diversos, o documento aborda quatro aspectos fundamentais: visibilidade e valorização da diversidade; consciência sobre nossos comportamentos (incluindo vieses conscientes e inconscientes); informações sintéticas sobre teorias e termos relacionados ao tema; e apresentação de dicas e modelos de práticas para iniciar um trabalho voltado à promoção da diversidade, equidade e inclusão.
Para Maria Letícia Puglisi Munhoz, Diretora Executiva do Instituto Diverse, isso implica participar de uma grande transformação, que começa com uma nova perspectiva sobre as características históricas, culturais, físicas, subjetivas e comportamentais do ser humano contemporâneo, além de uma nova abordagem na gestão das organizações, baseada no novo paradigma da cultura da diversidade.
Reavaliando conceitos e superando desafios
Na essência desse novo paradigma está a quebra da “cultura dos iguais”, na qual a noção de que quanto mais nos assemelharmos a um padrão de ser humano, mais “normais” e felizes seremos. O documento ainda propõe uma reavaliação profunda desse conceito, priorizando não apenas a igualdade superficial, mas a equidade genuína.
“Muitas empresas e organizações sociais, mesmo sem perceber, mantêm práticas e comportamentos enraizados culturalmente, que perpetuam a discriminação e a exclusão, contribuindo para a desigualdade social. O Guia de Diversidade auxilia no combate ao preconceito e à discriminação institucional, permitindo que as organizações mudem sua perspectiva e promovam experiências sociais mais saudáveis para todas as pessoas”, finaliza Munhoz.