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Geoprocessamento: estudantes elaboram mapa de risco de inundação em Santa Cruz

Foto: DIvulgação

Quando começam dias chuvosos no bairro de Santa Cruz, os alunos da escola Conjunto João XXIII correm para o computador para entender quais são os riscos do canal local do rio Guandu transbordar, atingir o colégio e arredores.

“Nas áreas vermelhas temos mais riscos de inundação, nas amarelas, menos. É importante para nós moradores ter uma noção de onde vai inundar, e onde podemos agir para evitar que aconteça futuramente”, explica José Luiz, aluno do 6º ano do ensino fundamental.

José atende às aulas do geógrafo e professor Roberto Farias dentro da metodologia do Ginásio Educacional Tecnológico (GET) Liberdade, que opera na escola. Juntos, estão produzindo o Mapa de Risco de Inundação do canal do rio Guandu, o mais próximo do colégio, interpretando dados geográficos através do Geoprocessamento.

“Com base nos mapas baixados do site do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) e do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (INPE), cruzamos as informações, sobrepondo as camadas para produzir o mapa de risco de inundação”, explica o professor.

A atividade está ligada ao programa Esse Rio é Meu (EREM), que vem sendo desenvolvido na escola desde 2023. Implementado pela parceria com a OSCIP planetapontocom junto à Secretaria Municipal de Educação e pela Secretaria Municipal de Meio Ambiente, tem como objetivo engajar escolas na recuperação e preservação dos rios. Cada grupo de escolas da rede pública de ensino é responsável por desenvolver ações em torno de um corpo hídrico na cidade. 

De acordo com o professor Roberto, o trabalho com a aplicação do Geoprocessamento também vem promovendo a interpretação de dados, a produção textual e uma maior conscientização ambiental entre os estudantes e toda a escola. “Ao sobrepor os dados da característica da região, verificamos que o risco de inundação é de alto a altíssimo. E isso se agrava com as ações humanas, como o descarte de lixo nos rios, a falta de limpeza e dragagem. É muito gratificante essa percepção entre os estudantes, que acabam compartilhando as descobertas e a importância da preservação dos rios”, comemora.