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Glória, um bairro entre o passado nobre e o presente vibrante

Divulgação

Tradição histórica, charme arquitetônico e vida cultural marcam a identidade única da Glória

O bairro da Glória, encravado entre a Zona Central e a Zona Sul do Rio de Janeiro, é um convite a mergulhos na história e no presente pulsante da cidade. Na encosta do Outeiro da Glória, originou-se em torno da icônica Igreja de Nossa Senhora da Glória do Outeiro, erguida no século XVIII – onde Dom Pedro I e Dom Pedro II foram batizados, e que mantêm a tradição de batismos da família imperial até hoje  .

Antes mesmo dos colonizadores europeus, havia ali a aldeia tupinambá Kariók, que deu nome ao gentílico “carioca”  . No século XIX, foi conhecido como o “Saint‑Germain‑des‑Prés carioca”, abrigando hotéis e embaixadas. A construção do emblemático Hotel Glória em 1922, o primeiro cinco estrelas do Brasil, reforçou seu glamour  .

A arquitetura da Glória é repleta de tesouros. A Praça Paris, inspirada nos jardins da belle époque francesa, foi criada entre 1926 e 1930, caiu em decadência e ganhou nova vida em 1992  . Já o Chafariz da Glória, fonte histórica de 1772, é tombado pelo IPHAN  . Outro destaque arquitetônico é o Palácio São Joaquim, antigo lar do Cardeal Arcoverde, construído entre 1912 e 1918  .

Nos dias atuais, a Glória brilha por seu mix de herança e contemporaneidade. O entorno do Aterro do Flamengo abriga o MAM, o Memorial Getúlio Vargas e amplos jardins à beira-mar, cenários de piqueniques, rodas de samba e aulas ao ar livre  . Aos domingos, a Feira da Glória, com cerca de 150 barracas, é ponto de encontro cultural com artesanato, música e sabores típicos  .

A gastronomia se reinventa: surgem cafés e bares como Bar do Zé, Labuta Mar, Braseirinho, Isca e Corrientes 348, além do tradicional Bistrô da Casa  . A vida noturna sincera e vibrante faz da Rua Santo Amaro e arredores destinos “mais legais do mundo”, conforme ranking da Time Out  .

Desde meados da década de 2010, a Glória passou por revitalização: novas calçadas, policiamento reforçado, reinauguração de praças e restauração de patrimônios tem sido o foco da prefeitura, ajudando a reconquistar o charme perdido após o declínio pós‑Brasília  .

Com cerca de 9.600 habitantes segundo o IBGE (2010), área de cerca de 114 hectares e Índice de Desenvolvimento Humano de 0,94, a Glória é elegante, conectada – com estação de metrô, ônibus, ciclovias – e bem servida de comércio, escolas, faculdades, postos de saúde e hospitais  .

O bairro é, portanto, um microcosmo do Rio: berço indígena, palco de contatos coloniais, aristocrático, cosmopolita e agora reencantado. Passear pela Glória é percorrer séculos em poucas quadras, contemplar o mar, a arte, a história e o pulsar contemporâneo de uma cidade em contínua reinvenção.

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