Além de proporcionar novas experiências e encontros de fãs com seus ídolos, os festivais de música e grandes shows se tornaram impulsionadores do turismo nacional. Seja para prestigiar artistas nacionais ou internacionais, o hábito de viajar para shows tem se tornado cada vez mais comum entre os brasileiros e proporciona aumento significativo nos índices do setor — principalmente na hotelaria.
Neste mês, nos dias 22, 23 e 24, o Autódromo de Interlagos, em São Paulo, recebe mais uma edição do Lollapalooza. Blink-182, Arcade Fire, Limp Bizkit, Kings of Leon, Sam Smith, SZA, Greta Van Fleet e muitos outros artistas nacionais e internacionais se apresentam no evento. Em último levantamento realizado em janeiro pela Associação Brasileira da Indústria de Hotéis do Estado de São Paulo (ABIH-SP), a estimativa era de uma ocupação de 63,50% nos dias do evento na cidade de São Paulo, mas esse número ainda pode aumentar.
De acordo com a Maxmilhas — travel tech que oferece formas inteligentes para a pesquisa e compra de passagens aéreas promocionais, hotéis e pacotes de viagem —, o aumento de reservas na capital paulista durante o Lollapalooza chegou a 70% em 2023 em relação ao mesmo período de 2022, com média de 2 diárias de hospedagem. Em relação ao final de semana anterior ao evento, o aumento foi de 30%. Segundo dados do Observatório de Turismo e Eventos da Cidade de São Paulo (OTE), o Lollapalooza Brasil de 2023 movimentou cerca de R$ 931,3 milhões de forma direta e indireta. A pesquisa ainda aponta que cada turista gastou cerca de R$3.499,02 na cidade.
O megafestival The Town, que foi realizado pela primeira vez em setembro de 2023 também exemplifica o impacto dos grandes eventos no turismo. Realizado pelos organizadores do Rock in Rio, a primeira edição do festival teve Bruno Mars, Post Malone, Maroon 5 e Foo Fighters como atrações principais e chegou a receber cerca de 500 mil pessoas. Ainda segundo a Maxmilhas, houve aumento de cerca de 46% no número de reservas de hospedagem nesse período na cidade de São Paulo em relação ao ano anterior. A média de estadia na cidade foi de 3 diárias e os dados atestam, mais uma vez, a força dos grandes eventos no circuito do turismo nacional.
Apesar de atualmente receber a maioria dos megafestivais, São Paulo não é a única casa desse tipo de evento: a última edição do Rock in Rio, em 2022, fez com que o número de hospedagens na cidade maravilhosa crescesse 168% em relação ao mesmo período do ano anterior — quando não houve realização do festival. Com todos os sete dias esgotados e 300 shows, o evento levou cerca de 700 mil pessoas para a Cidade do Rock e, de acordo com dados da Fundação Getúlio Vargas (FGV), movimentou mais de R$1,7 bilhão na economia da capital fluminense.
Dados do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) mostram ainda que em novembro de 2023, o volume de serviços prestados no Brasil cresceu 0,4%, depois de uma sequência de três meses negativos. O IBGE apontou os shows de Taylor Swift no país entre os fatores responsáveis pela alta do setor.
“O calendário de megaeventos do Brasil está cada vez mais cheio e diverso. Analisando essas oportunidades e estudando as preferências dos viajantes, os eventos são momentos propícios para que a hotelaria e as outras frentes do turismo potencializem serviços e seu faturamento. Na vertical de hotéis da Maxmilhas, o aumento na procura de hospedagens durante eventos de destaque é significativo e, considerando a agenda nacional, a tendência é que o impacto nos índices anuais da frente seja ainda maior”, comenta Tahiana D’Egmont, Diretora de Marketing da Maxmilhas.
O país vai receber diversos shows internacionais este ano, alguns ainda no primeiro semestre, como a turnê “I Wanna Be Tour”, que está passando por várias cidades brasileiras (São Paulo, Rio de Janeiro, Curitiba, Belo Horizonte e Recife) e reúne bandas como Simple Plan, A Day to Remember, All-American Rejects, All Time Low e The Used. Além disso, até junho, Jonas Brothers, Louis Tomlinson, Karol G, Interpool e IVE passam pelo Brasil, com expectativas de movimentar bastante a economia e o fluxo de viajantes.