Hospitalizações por influenza crescem significativamente em diversas regiões, com baixa adesão à vacinação preocupando autoridades de saúde.
A temporada de gripe no Brasil começou mais cedo em 2025, gerando preocupações entre especialistas e autoridades sanitárias. Segundo o boletim Infogripe da Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz), houve um aumento expressivo nas hospitalizações por influenza desde o início de maio, afetando pessoas de todas as idades em várias regiões do país.
Dados indicam que a síndrome respiratória aguda grave (SRAG) causada pela influenza teve crescimento acentuado em estados como Amazonas, com alta de 373% entre março e abril, e Santa Catarina, com aumento de 335% no mesmo período. Outros estados, incluindo São Paulo, Paraná, Rio Grande do Sul, Bahia, Pernambuco e Rio de Janeiro, também registraram aumentos significativos, evidenciando a rápida disseminação do vírus.
Nas capitais, o Rio de Janeiro apresentou um salto de 270% nas hospitalizações por influenza, enquanto Salvador teve aumento de 152%. Curitiba, Belo Horizonte e Porto Alegre também observaram crescimento nos atendimentos e casos graves. Hospitais como o Moinhos de Vento, em Porto Alegre, e o Albert Einstein, em São Paulo, confirmaram o aumento de internações e testes positivos para a gripe.
O infectologista Celso Granato, diretor clínico do Grupo Fleury, destacou que o aumento precoce da gripe é atípico. Ele observou que, embora regiões como Norte e Nordeste tenham infecções respiratórias ao longo do ano devido à estabilidade climática, o atual aumento generalizado não possui explicação clara.
Entre as possíveis causas para essa disseminação precoce estão variações do vírus, mudanças climáticas e, principalmente, a baixa adesão à vacinação contra a gripe. Dados do Ministério da Saúde mostram que apenas 31,88% dos grupos prioritários foram vacinados, número muito abaixo da meta de 90%. O médico infectologista Alexandre Naime Barbosa, chefe do Departamento de Infectologia da Unesp e coordenador científico da Sociedade Brasileira de Infectologia, expressou preocupação com essa baixa cobertura vacinal.
Diante desse cenário, especialistas reforçam a importância da vacinação e de medidas preventivas para conter a propagação do vírus e evitar sobrecarga no sistema de saúde.