O ministro da Fazenda, Paulo Guedes, anunciou em entrevista à CNN a volta da CPMF, que será rebatizada como Imposto sobre Transações Digitais, e também o tributo sobre dividendos – hoje, o Brasil é um dos poucos países do mundo que não tributam empresários quando transferem recursos de suas empresas para suas contas pessoais.
“Na OCDE [Organização para Cooperação e Desenvolvimento Econômico], as empresas pagam média de 19% ou 20% de imposto de renda. No Brasil, temos 34%. Quem vai querer investir no Brasil?”, disse ele. “Prefiro que a empresa pague menos e que cobre no dividendo”, afirmou, defendendo a tese de que, com a mudança, as empresas terão mais caixa para investir.
Na entrevista, ele também falou sobre a volta de um imposto sobre transações financeiras, ou seja, a velha CPMF. “Todo mundo falava do imposto de transação que é muito ruim, é feio, uma areia do sistema, mas tem uma base de incidência que traficante de droga não escapa, traficante de arma não escapa. Ninguém escapa. Corruptos não escapam”, disse ele, que também afirmou que “se todos pagarem uma alíquota pequeninha é possível desonerar” outros tributos.
“Não é a CPMF. É sobre transações digitais”, disse Guedes, sem ressaltar que praticamente todas as transações financeiras são digitais.