Estrelado por Omar Sy, trama conta a história de um pai que quer salvar o filho do conflito sanguinário na Europa.
Quando se fala sobre as Grandes Guerras do século 20, os filmes procuram exaltar a bravura frente ao sofrimento das terras de ninguém. Até recentemente, os filmes procuram exibir o lado menos “épico” de uma guerra, mostrando a realidade cruel que os soldados viviam, vendo seus companheiros serem abatidos como nada e vendo que a guerra não passa de morte e destruição, bem distante da narrativa de heroísmo e liberdade que vendem aos soldados.
Todavia, quando se fala da Primeira Guerra Mundial (1914-1918), esquece que nem todos os soldados estavam ali voluntariamente para lutar pelos seus países. Este conflito tem um significado muito diferente para o povo senegalês, recrutados a força para lutarem pela França na guerra. É o que conta a trama de ‘Herói de Sangue’, filme protagonizado pelo ator senegalês e francês Omar Sy (‘Intocáveis’ e a série ‘Lupin’, da Netflix), onde interpreta Bakary, um pai que fará de tudo para trazer seu filho Thierno (Alassane Diong) de volta para casa. Dirigido por Mathieu Vadepied que também assina o roteiro ao lado de Olivier Demangel, o filme aborda a história esquecida dos senegaleses na guerra, uma história muito apagada na França, porém que teve grande importância para o Senegal. Suas vilas foram pilhadas para se recrutar soldados, filhos eram separados de seus pais e jamais retornavam. Muitos sequer receberam um funeral digno, apodrecendo na terra de ninguém.
Com um tom emocionante e intimista, Bakary é um homem religioso e pacífico, que não quer lutar, apenas levar seu filho de volta para cara, porém, Thierno se deixa seduzir pelas promessas de honra e um lugar na França para morar. Mas um pai não desiste de um filho. Essa é a verdadeira história de heroísmo, uma trama emocionante e um final arrebatador, que finalmente honra as centenas de senegaleses anônimos que pereceram na guerra, tendo em fim suas memórias honradas.
‘Herói de Sangue’ está disponível nos cinemas brasileiros desde o dia 13 de julho.
