A Imperatriz Leopoldinense é a quarta escola a desfilar na Segunda-feira de Carnaval. A escola de Ramos deve entrar entre 1h e 1h30.
O carnavalesco Leandro Vieira classifica a história de seu enredo sobre Lampião como um “aperreio”: “Morreu. Foi para o Inferno. O Diabo não quis ele lá. Tentou ir para o Céu. São Pedro não deixou entrar. Vai parar em algum lugar”.
“Lampião é um personagem tão interessante da cultura brasileira que, independentemente de herói ou vilão, bom ou mau, criou a identidade do que é o homem nordestino”, sintetiza.
“O aperreio do cabra que o Excomungado tratou com má-querença e o Santíssimo não deu guarida”
Autores: Me Leva, Gabriel Coelho, Miguel da Imperatriz, Luiz Brinquinho, Antonio Crescente e Renne Barbosa
Intérprete: Pitty de Menezes
Imperatriz veio contar pra vocês
Uma história de assombrar, tira sono mais de mês
Disse um cabra que nas bandas do Nordeste
Pilão deitado se achegava com o bando
Vinha no rifle de corisco e cansanção
Junto de Cirilo Antão, Virgulino no comando
Deus nos acuda, todo povo aperreado
A notícia corre céu e chão rachado
Rebuliço no olhar de um mamulengo
Era dia 28 e lagrimava o sereno
E foi-se então… Adeus, capitão!
No estouro do pipoco
Rola o quengo do caboclo
A sete palmos desse chão
Nos confins do submundo onde não existe inverno
Bandoleiro sem estrada pediu abrigo eterno
Atiçou o cão cá-trás, fez furdunço
E Satanás expulsou ele do Inferno
O jagunço implorou lugar no Céu
Toda santaria se fez de bedel
Cabra-macho excomungado de tocaia no balão
Nem rogando a Padim Ciço ele teve salvação
Pelos cantos do sertão… Vagueia, vagueia
Tal qual barro feito a mão misturado na areia
Quando a sanfona chora, mandacaru aflora
Bate zabumba tocando no meu coração
Leopoldinense, cangaceiro, a minha escola
Eis o destino do valente Lampião