Especialista aponta solução através da Economia Circular
Por: Rafaela Grande
Segundo a ABIT – Associação Brasileira da Indústria Têxtil, o mundo produz cerca de 170 mil toneladas de lixo têxtil por ano. Deste total, apenas 20% são reciclados ou reaproveitados, o que significa, que cerca de 135 mil toneladas de roupas são descartadas de forma inadequada em lixões ou na natureza. “Uma peça feita com tecido poliéster leva cerca de 200 anos para se decompor, já uma roupa de algodão ou fibra natural leva entre cinco meses e 20 anos, o que torna urgente a conscientização sobre a importância da economia circular para as roupas que consumimos”, diz a historiadora de moda, Caroline Lardoza.
Economia circular é quando um produto volta para o mercado para ser reaproveitado de outras formas, evitando nova extração de matéria prima e principalmente, evitando que vire lixo em aterros, poluindo o meio ambiente. No caso da indústria têxtil, roupas e tecidos podem ser customizados, doados ou reaproveitados. “Temos que pensar em como reutilizar esse produto mais vezes, esse material pode virar roupa de boneca, ser customizada, virar pano de limpeza, doada para brechós ou projetos sociais, ou descartado em recicladores especializados”, orienta Caroline.
Todas as roupas produzidas vêm de recursos sustentáveis, isto é, a matéria prima é retirada da natureza. Nos últimos anos, temos acompanhado o chamado fast fashion, ou seja, a prática de produzir roupas em um ritmo acelerado para atender às demandas das tendências da moda em constante mudança. “O ponto fundamental agora é o reuso e o upcycling. Retomar uma cultura com mais consciência é a saída, e desvinculá-la da compra em excesso. Devemos pensar em uma moda sustentável, regenerativa, restauradora”, explica a consultora do Sebrae e professora da ESPM Lilyan Berlim.
Além de contribuir com o meio ambiente, tem crescido o chamado movimento da economia circular através do “look brechó”, com a entrada de muitos novos adeptos. “Temos visto um número crescente de feiras sustentáveis e o uso de peças usadas de forma interessante. Use sem medo e sem moderação”, diz Caroline.