Tendo as máximas “o teatro está onde a vida é” e “cidade é palco” como ponto de partida, estreia em Jacarepaguá “CORO NA CIDADE”, projeto inédito e gratuito que nasce do encontro de dois coletivos – o “Teatro Comercial” e o “Coro.na Quarentena”, ambos dirigidos por Natasha Corbelino, artista da cena que, além de assinar a direção artística geral do Coro, vem realizando múltiplos projetos em diversas geografias e sempre buscando multidão de gente reunida. Após oficinas e encontros de criação, o projeto culmina em apresentações nos dias 12 e 13 de novembro, que partem do Largo do Pechincha em direção à Lona Cultural Municipal Carioca Jacob do Bandolim.
Conversando com a trajetória destes projetos, a Constituição Brasileira entra no “CORO NA CIDADE”. A Carta Magna de 1988 e as constituições anteriores serão material de inspiração para as diretoras de Jacarepaguá que vão conduzir o coro de artistas locais. A matemática da multidão com protagonismo negro é o que o projeto busca quando reúne o máximo de corpos criadores em movimento. “Somos 12 atrizes e atores do Teatro Comercial e do Coro.na Quarentena se unindo a quatro diretoras mais sete artistas locais puxando o coro no território. Somos mais de 20 artistas na caminhada, unidos em cena com a cidade – e as pessoas da cidade”, sintetiza Natasha.
Iniciado em 2017 com apresentações performativas na rua e em espaços de maior circulação nos bairros, onde o público estivesse transitando em coro, como comércios e transporte público, o “Teatro Comercial” fará a abertura das apresentações, voltando à cena após ser interrompido pela pandemia. O “Coro.na Quarentena” estreou no dia 23 de março de 2020, uma semana após o início do horror da pandemia, reunindo mais de 50 profissionais de vários campos de saber que diariamente abriam lives no Instagram para se apresentar e estimular a doação financeira para movimentos parceiros, principalmente na Maré. Um projeto de arte e solidariedade que moveu uma multidão focada na saúde coletiva a partir da cultura.
Juntos, os dois coletivos se instauram como um convite para que a cena coletiva continue agindo para que as pessoas estejam juntas, em movimento, desejando conversar sobre e com a cidade. O foco é o território de Jacarepaguá, trazendo para cena o protagonismo de 11 artistas negros locais e a dramaturgia dos bairros, reverenciando também as pessoas trabalhadoras da cultura que residem no Retiro dos Artistas.
“Atuar em coro em Jacarepaguá é, antes de seguir a caminhada coletiva, encontrar e aplaudir a preciosa criação negra do território, e também reverenciar o Retiro dos Artistas e a multidão de profissionais que escolheram a arte como modo de estar no mundo e hoje escrevem momentos da nossa história aqui, neste lugar tão importante para a cultura do Brasil”, pontua Natasha. O projeto cria ações que evidenciam a importância da cultura como partilha diária nas nossas vidas, através de dramaturgias com os assuntos cotidianos em movimento performativo coletivo com a cidade em foco.
Os espetáculos trazem cenas e performances com uma dramaturgia de assuntos do cotidiano, como o preço das coisas no mercado e o desejo de sonhar mais em coletivo. No meio de uma conversa na fila do queijo, uma música começa. Um ator canta, uma atriz se junta, e outra, até que um grande coral se forma, o público junto. Também coreografias ocupam a rua, com desejo de causar festa no meio de um momento ordinário.
Além da dramaturgia que evidencia o real de cada dia, o texto coloca em foco duas homenagens: para a geografia da cidade, quando os nomes dos bairros de Jacarepaguá e suas origens são falados. E uma grande homenagem ao Retiro dos Artistas e a todos que moram lá. Numa das cenas de conversa com o público, são falados os nomes de todos os residentes do Retiro, pontuando suas trajetórias artísticas como celebração da nossa memória cultural.
“Desejamos, nesta retomada presencial, ocupar um tempo de criação que pense a cidade, as cidades possíveis e seus trânsitos coletivos a partir do modo de estar no mundo de pessoas do campo das artes da cena com a saúde coletiva que a cultura gera. As conversas, o encontro, o corpo como dramaturgia, a cidade como palco, o território como protagonista, a convivência de linguagens e saberes, as performatividades do grupo e das conexões presenciais que estarão em constituição nos movem neste projeto”, finaliza Natasha.
“CORO NA CIDADE” tem o patrocínio do Governo do Estado do Rio de Janeiro e da Secretaria de Estado de Cultura e Economia Criativa, através do edital Retomada Cultural RJ 2 e o fomento da Prefeitura da Cidade do Rio de Janeiro e da Secretaria Municipal de Cultura (SMC), através do edital de fomento à cultura carioca – linha 1.
SERVIÇO:
“CORO NA CIDADE”
Apresentações:
Quando: 13 de Novembro
Horário: 16h
Local: Abertura no Largo do Pechincha, seguindo para a Lona Cultural Jacob do Bandolim
Endereço: Praça do Barro Vermelho s/nº – Praça Geraldo, Rio de Janeiro
Conversa:
Quando: 13 de Novembro
Horário: 17h
Local: Lona Cultural Municipal Jacob do Bandolim
Endereço: Praça do Barro Vermelho s/nº – Praça Geraldo, Rio de Janeiro
Entrada Gratuita
Classificação Etária: 14 anos
Capacidade: 150 pessoas