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Jaqueline Goes a brasileira que mapeou o coronavírus

 

A biomédica Jaqueline Goes foi uma das pesquisadoras brasileiras a sequenciar o genoma da Covid-19. Ela coordenou, ao lado de Claudio Tavares Sacchi, a equipe de cientistas que publicou a sequência do vírus dois dias após o primeiro caso do novo coronavirus ter sido confirmado no país. O processo ajuda no acesso a mais informações sobre o vírus e é uma contribuição importantíssima para os estudos sobre o novo coronavírus.

Filha da pedagoga Edna e do Engenheiro Civil Jarandi, Jaqueline Goes de Jesus, 30 anos, cresceu na região do Vasco da Gama, em Salvador, na Bahia, e agradece aos pais terem investido tudo o que podiam na educação dos filhos. “Tanto eu quanto meu irmão fomos muito bem instruídos. Não tínhamos luxo em casa, mas meus pais não mediram esforços na educação”, declarou ao site Alma Preta.

Graduada pela Escola Bahiana de Medicina e Saúde Pública e doutora em Patologia Humana, Jaqueline também atuou na vigilância genômica do surto de Febre Amarela no Brasil, além da cobertura de chikungunya. Ela é integrante do ZIBRA project – Zika in Brazil Real Time Analisys, grupo de estudos que percorreu todo o nordeste em um trailer adaptado para fazer diagnósticos e sequenciamento do Zika.  Bolsista da Fundação de Amparo à Pesquisa de São Paulo (FAPESP), também faz parte do  Centro Conjunto Brasil-Reino Unido para Descoberta, Diagnóstico, Genômica e Epidemiologia de Arbovírus (CADDE)

 “Já trabalho há um certo tempo com estudos de vírus em grandes surtos, como dengue, chikungunya, zika e febre amarela. Mas essa repercussão toda (por conta do mapeamento)  foi uma surpresa enorme. Fiquei feliz pelo fato de as pessoas, principalmente mulheres negras e nordestinos, se sentirem representados”, conta, ela, que defende ser o acesso democrático à educação  como modo fundamental de corrigir as imensas diferenças sociais no país.

Jaqueline com a sua equipe Foto: Reprodução

Quando sobra um tempinho entre uma pesquisa e outra, Jaqueline gosta de estar em contato com a natureza e caminha acompanhada de sua cadelinha de estimação. Apreciadora das artes, frequenta museus e exposições. A cientista também é boa de ritmo e revela um quedinha toda especial pelo forró. “Gosto de dançar”, contou.

A imensa repercussão do estudo desenvolvido pela equipe de Jaqueline aconteceu porque  a identificação precoce é um dos caminhos mais eficientes para direcionar as ações que ajudam a conter surtos de contágio, reconhecer os focos de transmissão e para que os órgãos públicos tomem as medidas de precaução. “O genoma de qualquer organismo é como se fosse um molde. Nele constam as informações que vão determinar a estrutura e a função daquele organismo. Quanto mais rápido conhecemos os genomas virais, em particular, mais rápido entendemos como esses vírus estão circulando na sociedade”.

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