Músico, cantor e compositor de obras eternas como “Vapor Barato”, Macalé morre aos 82 anos no Rio; velório reúne amigos, familiares e símbolos de sua trajetória artística
O Brasil se despede de um dos mais inquietos e geniais criadores da música popular brasileira. Jards Macalé, músico, cantor e compositor responsável por clássicos como “Vapor Barato” e por uma trajetória marcada pela ousadia e pela defesa da liberdade artística, morreu nesta segunda-feira (17), no Rio de Janeiro, aos 82 anos.
A morte, confirmada por amigos à TV Globo e publicada nas redes sociais do artista, ocorreu após Macalé sofrer uma parada cardíaca. Ele estava internado desde o dia 1º de novembro em um hospital na Barra da Tijuca, onde tratava problemas pulmonares. De acordo com a unidade de saúde, o compositor morreu em decorrência de choque séptico e insuficiência renal.
Na manhã desta terça-feira (18/11), o corpo de Jards Macalé começou a ser velado na sala Sidney Muller, no Palácio Gustavo Capanema, no Centro do Rio. Familiares e amigos próximos prestam as últimas homenagens, entre eles a viúva, a cineasta Rejane Zilles, o pintor e fotógrafo Carlos Vergara e o ator Luís Miranda. A cerimônia segue até as 15h, seguida por sepultamento às 16h, no Cemitério São João Batista, em Botafogo.
Um altar montado ao lado do caixão reflete a essência de Macalé: bonés e chapéus que o acompanharam ao longo dos anos, um All-Star vermelho, seus inseparáveis óculos, discos, pôsteres e outras peças que remetem ao espírito livre e inventivo do artista — um dos mais transgressores da MPB contemporânea.
Nas redes sociais, a equipe do músico publicou uma mensagem emocionada:
“Jards Macalé nos deixou hoje. Chegou a acordar de uma cirurgia cantando ‘Meu Nome é Gal’, com toda a energia e bom humor que sempre teve. Cante, cante, cante. É assim que sempre lembraremos do nosso mestre, professor e farol de liberdade (…). ‘Nessa soma de todas as coisas, o que sobra é a arte. Eu não quero mais ser moderno, quero ser eterno.’ — Jards Macalé”.
Eterno ele já é. Com sua arte, sua rebeldia e sua entrega absoluta à música, Macalé deixa um legado que continuará ecoando como um grito de coragem, sensibilidade e autenticidade na história cultural do país.



