A medalhista tem uma lei criada com seu próprio nome após revelar abusos sofrido no esporte
Joanna Maranhão, ex-nadadora, nasceu em Recife , capital do estado de Pernambuco, no ano de 1987. É filha da médica Terezinha do Maranhão. Iniciou na prática da natação , no clube Portugues do Recife, tradicional clube localizado no bairro da Graças, aos 3 anos de idade. Aos 12, fez índice para o Pan-Americano de Winnipeg, no Canadá, e aos 17, numa final olímpica (Atenas, 2004), se tornou a quinta mulher mais rápida do mundo nos 400 metros medley (modalidade que reveza os quatro estilos da natação).
Mesmo diante de tantas vitórias no esporte, Joanna carregou por muito tempo um trauma vivido durante sua infância, que foi revelado somente na sua fase adulta,com 20 anos, o abuso sexual que havia pelo treinador, Eugênio Miranda, quando tinha apenas 9 anos de idade.
Dona de 8 medalhas no Pan- Americano, ela disse que a violência sofrida quando ainda criança atrapalhou de ter conquistados mais vitórias, ela ainda relata que conviveu com uma frustração muito grande que se não tivesse passado pelo que passou, poderia ter sido mais bem-sucedida.
Sua coragem em expor o trauma foi fundamental para a mobilização social e política que resultou na aprovação de uma lei que carreaga seu nome, se tornando uma figura emblemática na defesa dos direitos das vítimas de abuso sexual, e sua história inspirou mudanças legislativas que oferecem maior proteção e justiça para milhares de crianças e adolescentes no país.
A aprovação da Lei foi um passo fundamental no reconhecimento dos direitos das vítimas e na melhoria do sistema de justiça penal brasileiro. Ela reflete uma compreensão mais profunda da complexidade e das consequências duradouras do abuso sexual infantil.
A lei Nº 12.650/2012, foi estabelecida em 17 de Maio de 2012, gerando uma alteração ao código penal Brasileiro, estendendo o prazo de prescrição para crimes sexuais cometidos contra crianças e adolescentes. Antes de sua promulgação, o prazo de prescrição começava a contar a partir do momento em que o crime era cometido, o que muitas vezes impedia que os agressores fossem responsabilizados, dada a dificuldade das vítimas em denunciar os abusos de imediato.
a ex- atleta e medalhista, foi nomeada pelo “Conselho de Ética do Comitê Olímpico do Brasil”, sendo a primeira mulher da natação brasileira a ocupar a posição que é voltada para supervisionar questões de ética, disciplinares e de governança.
Joanna, fez um post em sua rede social e relata que independente do tempo é uma dor que nunca vai deixar de doer.
– Trouxe a público minha história há 10 anos e nunca vai deixar de doer e de me sentir impotente quando me deparo com histórias como essa. Às vezes eu caio, fico na cama deitadinha sem coragem de sair para o mundo, passam uns dias e vou retornando, e é sim, vaiser para sempre assim – afirmou, Joanna.