Abolicionista, jornalista, romancista, farmacêutico e escritor brasileiro
José do Patrocínio foi um abolicionista, jornalista, farmacêutico, romancista e escritor brasileiro. Foi responsável por participar ativamente dos movimentos para libertação dos escravos. Além disso, compareceu às sessões preparatórias da instalação da Academia Brasileira de Letras e fundou a cadeira nº 21, que tem como patrono Joaquim Serra.
No ano de 1868, com a ajuda do professor João Pedro de Aquino, entrou para a Faculdade de Medicina como aluno do curso de farmácia. Formou-se em 1874 e, para sobreviver, passou a lecionar.
Segundo o livro do jornalista Laurentino Gomes, foi ele quem tomou a iniciativa de proclamar a República, perante um grupo reunido na Câmara Municipal do Rio de Janeiro, enquanto Marechal Deodoro da Fonseca ainda elaborava a mudança de regime.
Sua participação nas campanhas contra a escravidão e a monarquia, começou em 1871 com um poema publicado no jornal “A República”. José do Patrocínio provocou dúvidas em seus apoiadores ao beijar as mãos da Princesa Isabel quando a Lei Áurea foi assinada.
Nos anos seguintes, o jornalista se empenhou em usar as publicações do seu jornal para falar da inclusão do ex-escravizado à população liberta, o que não tinha sido detalhado ou contemplado na Lei Áurea. Com isso, firmou sua oposição ao governo e acabou exilado na Amazônia
Em 1889, Patrocínio não teve parte na República e, em 1891, opôs-se abertamente a Floriano Peixoto, sendo desterrado para Cucuí. Em 1893 foi suspensa a publicação da Cidade do Rio, e ele foi obrigado a refugiar-se para evitar agressões. Nos anos seguintes sua participação política foi pouca.
O jornalista nasceu em Campos, Rio de Janeiro, no dia 9 de outubro de 1853. Filho do Cônego João Carlos Monteiro, vigário de Campos e da escrava Justina Maria, aprendeu as primeiras letras e recebeu certa proteção. Com permissão do pai, foi para a capital, onde começou a trabalhar na Santa Casa de Misericórdia.
José do Patrocínio tinha tuberculose e morreu aos 51 anos no dia 30 de janeiro de 1905. Até hoje, é considerado por seus biógrafos o maior de todos os jornalistas da Abolição.