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Jovem de 17 anos que morreu de Covid-19 foi tratada com cloroquina

A Secretaria Municipal de Saúde de Duque de Caxias, na Baixada Fluminense, informou nesta sexta-feira (17) que a estudante Kamilly Ribeiro, de 17 anos, foi tratada com cloroquina enquanto esteve internada. Kamilly morreu na última terça-feira (14) de complicações decorrentes do Covid-19. Mais jovem pessoa no estado do Rio de Janeiro a falecer após contrair o coronavírus, a estudante passou 20 dias internada na UTI do hospital Moacyr do Carmo, em Duque de Caxias.

Segundo um boletim médico do hospital, a cloroquina foi administrada na dosagem recomendada pelo Ministério da Saúde. A hidroxicloroquina não tem eficácia comprovada para curar o Covid-19 ─ ainda está em fase de testes e sua prescrição é desaconselhada por especialistas da área, inclusive pela Organização Mundial de Saúde (OMS).

A mãe de Kamilly, a dona de casa Germaine Ribeiro dos Santos, de 43 anos, também está internada. Ela e a filha apresentaram sintomas no mesmo dia e foram internadas no dia 22 de março em uma unidade de saúde de Xerém, na Baixada. Dois dias depois, Germaine e Kamylle foram transferidas para Caxias e permaneceram em isolamento.

Hospital Moacyr do Carmo / Foto: Google Maps

Quarentena tardia

O município de Duque de Caxias foi o último a decretar a quarentena para a população e o fechamento de estabelecimentos comerciais, mesmo quando o já registrava cinco mortes pela covid-19, segundo dados do Ministério da Saúde. Até a tarde da última quinta-feira (16), o boletim epidemiológico contabilizava 30 mortes, 405 casos suspeitos notificados, 103 casos descartados e 129 casos confirmados.

O prefeito Washington Reis (MDB) chegou a se negar a decretar o fechamento das igrejas pelo período da quarentena, afirmando em vídeo que “a cura virá de lá”. Dias depois, ele teve resultado de teste positivo para a covid-19 e se internou em um hospital particular da zona sul do Rio.

Baixada vulnerável

Um estudo elaborado pela Fundação Perseu Abramo que combina índices como densidade demográfica, mercado de trabalho, infraestrutura sanitária e serviços de saúde concluiu que São João de Meriti, também na Baixada Fluminense, é a cidade brasileira mais vulnerável ao alastramento do coronavírus.

“Apesar de possuir subíndice de saúde da população e de infraestrutura sanitária acima da média brasileira, seus indicadores de alta densidade demográfica e de precárias condições no mercado de trabalho local a colocaram nesta situação de maior risco”, informa um trecho do documento.

Entre os 10 municípios com maior risco na lista, estão ainda Nilópolis e Belford Roxo, também na região. São Gonçalo e Mesquita aparecem na lista dos 30 municípios mais vulneráveis em todo o Brasil, na 15º e a 21º posição, respectivamente.

Com informações do Brasil de Fato

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