Empresária, comunicadora, dona de um carisma firme e de uma trajetória inspiradora, Leila Pereira é, hoje, um dos maiores nomes do futebol nacional. Presidente da Sociedade Esportiva Palmeiras desde 2021 — e a primeira mulher a ocupar o cargo em 110 anos de história do clube —, ela é também símbolo de competência em um universo tradicionalmente masculino. O caminho até aqui, porém, foi longo, desafiador e repleto de conquistas marcantes.

Nascida em Cambuci, na zona sul do Rio de Janeiro, Leila cresceu em uma família humilde e perdeu o pai ainda na infância. Criada pela mãe, professora da rede pública, aprendeu cedo o valor da educação e da persistência. Trabalhou desde jovem e fez carreira como jornalista, profissão que a levou a circular entre redações e agências até se encantar pelo mundo corporativo.

Sua guinada empresarial começou nos anos 2000, quando ela e o marido, José Roberto Lamacchia, fundaram a Crefisa, instituição financeira voltada para empréstimos pessoais. O negócio prosperou rapidamente. Em 2015, Leila assumiu a presidência da empresa e ampliou sua presença no mercado nacional, diversificando as áreas de atuação e investindo pesado em marketing.

Foi esse investimento que a aproximou do Palmeiras. A partir de 2015, a Crefisa tornou-se a principal patrocinadora do clube, em um acordo que revolucionou as finanças alviverdes e permitiu a montagem de elencos vitoriosos. O impacto foi imediato: títulos do Campeonato Brasileiro (2016, 2018), Copa do Brasil, Libertadores da América e até o sonhado bicampeonato continental.

Em 2021, após anos como conselheira e figura influente no bastidor alviverde, Leila se elegeu presidente do clube com ampla maioria. Sua chegada à presidência foi simbólica: uma mulher no comando de uma das instituições mais tradicionais do Brasil, impondo sua autoridade sem perder a sensibilidade. Enfrentou resistência, críticas e acusações, mas se manteve firme, guiada por uma gestão focada em resultados, profissionalismo e inovação.

Sob sua liderança, o Palmeiras manteve a hegemonia nacional, com mais títulos, organização financeira sólida e reconhecimento internacional. Ao mesmo tempo, Leila ampliou seu protagonismo fora das quatro linhas, tornando-se figura frequente em debates sobre igualdade de gênero, representatividade e inclusão no esporte. 

Além do futebol, Leila investe em ações sociais por meio do Instituto Crefisa, que promove programas de educação e capacitação para jovens em situação de vulnerabilidade. Ela também defende maior participação feminina em cargos de liderança e cobra mais responsabilidade dos clubes com seus torcedores e comunidades.

Discreta sobre a vida pessoal, mantém uma imagem pública forte, polida e assertiva. Aos 60 anos, é uma mulher que inspira por sua trajetória de superação, sua coragem de romper barreiras e pela contribuição para um futebol mais moderno e inclusivo.