O líder norte-coreano Kim Jong Un admitiu novamente que há um “problema alimentar” no país, durante discurso que encerrou uma importante reunião de cinco dias de seu Partido dos Trabalhadores Coreano. O discurso realizado no fim de ano, foi resumido pelo meio de comunicação estatal KCNA, fez uma breve referência ao “trabalho de prevenção emergencial de epidemias”.
Kim focou na necessidade de aumentar a produtividade agrícola do país e reconheceu a “terrível situação” de 2021 ao definir os planos para este ano e descreveu os desafios de 2022 como “uma grande luta de vida ou morte”:
“Temos a importante tarefa de fazer um progresso radical na solução do problema da alimentação, vestuário e moradia para as pessoas”, destacou o o norte-coreano.
Ele também elogiou os avanços militares feitos durante seu décimo ano no poder, mas não fez nenhuma menção específica à Coréia do Sul ou aos Estados Unidos, além de uma breve referência às orientações políticas para as relações inter-coreanas e assuntos externos.
Kim, que chegou ao poder há pouco mais de uma década após a morte de seu pai Kim Jong-il, indicou na reunião do partido que combater a pandemia é uma prioridade no próximo ano.
“O trabalho de emergência para prevenção de epidemias deve ser uma prioridade”, disse Kim, citado pela KCNA.
Kim não detalhou o grau de escassez de alimentos, a Organização Mundial de Alimentos alertou sobre a severa falta de comida no país em 2021, incluindo um déficit de centenas de milhares de toneladas de arroz. O problema foi agravado por severas inundações em algumas das regiões produtoras de arroz mais férteis do país.
Por outro lado, a Coreia do Norte manteve-se calada durante a pandemia, isolou-se ainda mais do resto do mundo e não reconheceu um único caso doméstico de Covid-19.
O país segue sem divulgar dados sobre a situação da Covid-19 Em setembro, o governo da Coreia do Norte rejeitou três milhões de doses de vacinas contra a Covid-19 e sugeriu que elas sejam entregues a países mais necessitados, informou pela Unicef.
Uma das nações mais pobres da Ásia foi o primeiro a impor um rígido bloqueio e fechou suas fronteiras ainda em janeiro de 2020, para evitar a propagação do coronavírus a partir da China, onde o novo coronavírus foi detectado pela primeira vez antes de se espalhar pelo mundo.