Da fundação da Companhia das Letras à Academia Brasileira de Letras, uma trajetória dedicada ao estudo da identidade nacional e das relações raciais
Lilia Moritz Schwarcz é uma das historiadoras e antropólogas mais respeitadas do Brasil, conhecida por suas pesquisas sobre racismo, escravidão, identidade nacional e poder. Nascida em 1957, é professora titular da Universidade de São Paulo (USP) e global scholar na Universidade de Princeton, nos Estados Unidos. Sua trajetória acadêmica e intelectual é marcada por um compromisso com a análise crítica da história brasileira, especialmente no que se refere à formação social e política do país.
Desde cedo, Schwarcz se interessou pelos temas de identidade e exclusão, o que a levou a estudar profundamente as questões raciais no Brasil. Seu livro “O Espetáculo das Raças” (1993) tornou-se uma referência ao analisar como o racismo científico foi utilizado para justificar desigualdades no período pós-abolição. Em “As Barbas do Imperador” (1998), vencedor do Prêmio Jabuti, ela investiga a figura de Dom Pedro II e a construção da monarquia brasileira como um espetáculo de poder.
Ao longo de sua carreira, publicou diversos livros que ajudam a compreender a formação histórica do Brasil. Em “Brasil: Uma Biografia” (2015), escrito em parceria com Heloisa Starling, Schwarcz apresenta uma narrativa ampla sobre os principais acontecimentos do país. Já em “Sobre o Autoritarismo Brasileiro”(2019), discute como traços autoritários permanecem enraizados na sociedade.
Além de pesquisadora, Schwarcz é uma intelectual pública ativa, escrevendo para jornais, participando de debates e contribuindo para a disseminação do conhecimento histórico. Seu livro “Enciclopédia Negra”(2021), feito com Flávio dos Santos Gomes e Jaime Lauriano, resgata histórias de personagens negros apagados da história oficial, reforçando sua luta pela valorização da diversidade.
Sua atuação acadêmica e pública tem grande impacto, tornando-a uma das vozes mais influentes nos debates sobre história, racismo e democracia no Brasil. Seu trabalho segue essencial para compreender o passado e refletir sobre os desafios do presente.
