O presidente Luiz Inácio Lula da Silva afirmou nesta segunda-feira (28 /07) que o governo irá criar uma comissão especial para realizar um levantamento nacional das riquezas minerais do Brasil, especialmente os chamados minerais críticos — como lítio, cobalto, níquel, grafite e terras raras.

Lula destacou que apenas cerca de 30% do território brasileiro passou por mapeamento mineral adequado, o que representa uma oportunidade significativa para o país ampliar sua base de conhecimento geológico e exercer maior controle sobre a exploração desses recursos.

Em seu discurso durante a inauguração da Usina Termelétrica GNA II, no Rio de Janeiro, o presidente reforçou que nenhuma empresa poderá comercializar esses minerais sem a autorização prévia do governo. Segundo ele, a riqueza pertence ao povo brasileiro, e sua exploração deve ocorrer sob supervisão estatal rigorosa.

Além disso, Lula fez uma provocação bem-humorada ao se referir ao interesse dos Estados Unidos nas reservas brasileiras:

“Se eu nem conheço esse mineral e ele já é crítico, eu vou pegar ele pra mim. Por que eu vou deixar para outro pegar?”

Essa posição simboliza uma defesa firme da soberania nacional sobre recursos estratégicos. Em paralelo à comissão de mapeamento, o governo pretende intensificar a pesquisa e estabelecer regras claras para autorizar empresas a explorarem áreas designadas — sempre sob supervisão do Estado.

O anúncio segue uma trajetória de iniciativas anteriores, como a criação do Conselho Nacional de Política Mineral e o Plano Decenal de Mapeamento Geológico, lançados em março de 2024, com foco na mineração de fertilizantes e insumos agrícolas, altamente ligados à segurança alimentar do país.

A estratégia de Lula também inclui a busca por parcerias internacionais. Em maio de 2025, o governo sinalizou interesse na cooperação com a Rússia para impulsionar a pesquisa e exploração de minerais críticos, buscando fortalecer a posição do Brasil numa economia global voltada à transição energética.

Por que isso é relevante?

• Transição energética e tecnologia: minerais críticos são essenciais para baterias, eletrônicos, defesa e infraestrutura verde. Controlar sua exploração é estratégico.
• Soberania nacional: o controle estatal reforça o direito da população brasileira sobre suas próprias riquezas.
• Valores nacionais: Lula insiste que os lucros gerados devem beneficiar o país, não interesses externos.
• Riqueza ainda por conhecer: com apenas 30% das áreas mapeadas, o Brasil pode revelar um potencial mineral enorme.
• Integração econômica: parcerias internacionais podem trazer investimentos, tecnologia e maior valor agregado ao Brasil.