Espetáculo idealizado pela pesquisadora Rosana Lanzelotte irá percorrer unidades do Sesc RJ de quatro cidades fluminenses, destacando a importância do gênero que influenciou maxixe, choro e samba
Depois de estrear no SESC São Gonçalo em março, agora será a vez de o SESC Tijuca receber, na terça-feira, 6 de maio, o espetáculo “Lundu Brasileiro”, que resgata o gênero brasileiro que tem origem na dança popular introduzida no Brasil pelos escravos vindos de Angola no século XVIII. A fusão de elementos oriundos das culturas africana, portuguesa e espanhola promoveu seu ritmo sincopado na origem de gêneros tipicamente brasileiros, como o maxixe, o choro e o samba. Contemplado no edital Sesc Pulsar 2024/2025, o projeto irá percorrer ao todo quatro cidades fluminenses, seguindo, adiante, para o Sesc Teresópolis (25/10) e o Sesc Nova Friburgo (29/11).
O espetáculo foi concebido por Rosana Lanzelotte, musicista, pesquisadora e idealizadora do Musica Brasilis, portal que oferece gratuitamente as partituras dos lundus apresentados (os mesmos conteúdos estarão também disponíveis no portal Sesc Partituras).
“Lundu Brasileiro”
No programa, serão apresentados exemplos dos primeiros lundus compostos no país, assim como obras de compositores influenciados pelo estilo, entre eles Ernesto Nazareth, Chiquinha Gonzaga e Villa-Lobos. As peças musicais são intercaladas por comentários que as inserem em seu contexto sócio-histórico, a cargo dos músicos Marina Spoladore (piano), José Staneck (harmônica) e Ricardo Santoro (violoncelo).
O exemplo mais remoto de lundu conhecido hoje é o que foi descoberto pelos naturalistas Spix e Von Martius durante a expedição realizada pelo interior do Brasil entre 1817 e 1820. Um raro exemplo de lundu instrumental – o Landum das Beatas – localizado pela pesquisadora Rosana Lanzelotte na Biblioteca da Ajuda (Lisboa) será apresentado pela primeira vez no Brasil.
Avançando pelo século XIX, o programa apresenta o lundu “Isto é bom”, de Xisto Bahia, a primeira peça gravada no Brasil, em 1902, pela Casa Edison, fundada por Fred Figner. Espalhando-se por todo o país, o gênero deixou suas marcas no Norte pelas mãos de dois dos principais compositores do Maranhão: Leocádio Alexandrino dos Reis Rayol (1849-1909) e Antônio dos Reis Rayol (1863-1904). Já Ernesto Nazareth iniciou a carreira de compositor aos 14 anos ao escrever a polca-lundu “Você bem sabe”. O célebre “Lundu da Marquesa de Santos”, de Villa-Lobos, é um dos pontos altos do programa.
Lundu Brasileiro na França em 2025
No âmbito das comemorações do Ano Brasil-França em 2025, o projeto “Lundu Brasileiro” será apresentado no Chateau D’Arcangues, região de Bordeau (17 de maio) com Rosana Lanzelotte (cravo) e Clea Galhano (flautas doces) e na Bibliothèque de l’Arsenal em Paris (12 de junho) com Julien Chauvin (violon), Olivier Baumont (clavecin), Paulo Aragão (guitare), Rosana Lanzelotte (pianoforte).
Serviço:
06/05, terça-feira – “Lundu Brasileiro” no SESC Tijuca
Músicos: Marina Spoladore (piano), José Staneck (harmônica) e Ricardo Santoro (violoncelo)
Direção artística e pesquisa: Rosana Lanzelotte
Produção executiva: Cíntia Pereira
Iluminação: Wilian Sales
Teatro 1
Horário: 19 horas
Endereço: R. Barão de Mesquita, 539 – Tijuca
Classificação: Livre
Duração: 60 minutos
Ingressos: GRÁTIS (PCG) | R$5,00 (credencial plena) | R$7,50 (meia) | R$15,00 (inteira)
Acessibilidade: Intérprete de libras