Com uma carreira marcada por talento, liderança e paixão pelo esporte, Maria Paula Gonçalves da Silva, mais conhecida como Magic Paula, é um dos maiores nomes da história do basquete brasileiro. Fora das quatro linhas, sua atuação continuou relevante, com foco no desenvolvimento social por meio do esporte e da política pública.
Nascida em Osvaldo Cruz, interior de São Paulo, em 1962, Paula se destacou desde cedo nas quadras, tornando-se símbolo de uma geração dourada do basquete feminino. Suas conquistas dentro de quadra foram decisivas para a consolidação do Brasil como potência mundial no esporte.
Iniciou sua trajetória profissional aos 14 anos, jogando no Assis Tênis Clube. Seu talento rapidamente chamou atenção e, pouco tempo depois, ela já integrava a Seleção Brasileira. Ao longo de duas décadas de carreira, acumulou feitos impressionantes: foi campeã mundial em 1994, na Austrália e conquistou a medalha de prata nas Olimpíadas de Atlanta, em 1996 — até hoje o melhor resultado do basquete feminino brasileiro nos Jogos.
Além das conquistas com a seleção, Paula brilhou em clubes do Brasil e da Europa, destacando-se por sua visão de jogo e precisão nos passes, o que lhe rendeu o apelido de “Magic”, em referência ao astro norte-americano Magic Johnson. Suas atuações foram determinantes em competições continentais, como os Jogos Pan-Americanos de 1991, em Havana, quando o Brasil derrotou os Estados Unidos na final e conquistou a medalha de ouro.
Paula se aposentou das quadras em 2000, mas jamais se afastou do esporte. Em 2004, ela fundou o Instituto Passe de Mágica, organização sem fins lucrativos voltada para o desenvolvimento de crianças e adolescentes por meio do esporte educacional. Atualmente, o projeto se encontra em três cidades do estado de São Paulo: 2 Núcleos em Piracicaba, onde iniciou o instituto; 3 Núcleos em São Paulo e 2 Núcleo em Diadema.
Após o encerramento da carreira no basquete, Paula foi convidada a assumir a Secretaria Nacional de Alto Rendimento do Ministério do Esporte, onde ficou por pouco mais de cinco meses. Uma das pautas defendidas, durante o período em que esteve à frente da secretaria, foi de que os atletas deveriam ter reconhecimento como “trabalhador do esporte” pela Consolidação das Leis do Trabalho CLT.
Em 2013, Paula foi incluída no Hall da Fama do Basquete Feminino da FIBA, reconhecimento máximo à sua brilhante trajetória. Em 2019, entrou no Hall da Fama do Comitê Olímpico do Brasil. De março de 2021 a dezembro de 2022, Magic Paula atuou como vice-presidente da Confederação Brasileira de Basquete, se tornando a primeira mulher na história da entidade a assumir este cargo.
Mesmo longe da bola laranja, sua influência permanece viva: seja através das ações do Instituto Passe de Mágica, de sua atuação como comentarista esportiva, ou como palestrante, compartilhando sua experiência e inspirando novas gerações de atletas e líderes sociais.