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As ocorrências de furto de cabos da rede subterrânea da Light impactaram a rotina de mais de 25 mil clientes somente em janeiro. Os registros trouxeram um prejuízo de R$ 250 mil para a concessionária no primeiro mês de 2024. Um levantamento feito pela companhia mostra que, neste período, consumidores de dez bairros da cidade do Rio de Janeiro ficaram mais de 180 horas sem energia elétrica.
O Disque-Denúncia também recebeu informações sobre furto de fios de cobre. De 1º de janeiro a 19 de fevereiro deste ano, foram 72 denúncias. O município com maior número de ocorrências é o Rio de Janeiro.
Desde o início deste ano, a Light repôs 1.652 metros de cabos e reparou 107 danificados por ação de criminosos. Vinte e quatro ocorrências de furto de cabos da rede subterrânea foram suficientes para impactar a rotina de 25 mil clientes. No Rio, o bairros afetados foram Centro, Copacabana, Barra da Tijuca, Botafogo, Grajaú, Jacarepaguá, Recreio dos Bandeirantes, Laranjeiras, Tijuca e Vila Isabel.
Um dos padrões de rede subterrânea utilizado pela Light é o sistema de baixa tensão reticulado (Network), que é composto por diversos transformadores ligados em paralelo, por meio de cabos em número suficiente para formar uma grande malha, projetada para garantir a qualidade de fornecimento e contingências controladas.
Por isso, quando um ou mais cabos dessa malha são furtados, não há falta de energia instantaneamente, já que o fornecimento passa a ser distribuído pelos demais cabos. No entanto, com o tempo, estes cabos – que estão conduzindo mais corrente elétrica – sofrem sobrecarga.
“A interrupção do cabo resulta na interrupção do fluxo de corrente elétrica na porção do circuito associada a esse cabo. Isso pode gerar desequilíbrios na carga e afetar a estabilidade do sistema”, explica Leonardo Bersot, gerente de Operação e Manutenção da Rede Subterrânea da Light.
Além dos prejuízos financeiros provocados por esse tipo de ação criminosa, a Light se preocupa com os serviços essenciais, como segurança, hospitais, farmácias e supermercados. A retirada do cabo de média tensão pode levar à perda do fornecimento de energia para toda a área afetada.
Prejuízos do furto de cabos
A remoção do cabo pode causar uma queda abrupta na tensão, na parte conectada a este cabo, além de uma sobrecarga elétrica. Isso pode impactar negativamente dispositivos ligados a esta mesma conexão, levando à queima de equipamentos do sistema elétrico.
“Isso é como se cortassem a ‘estrada’ pela qual a eletricidade viaja. Sem essa ‘estrada’, a eletricidade não pode mais fluir normalmente, resultando na interrupção do fornecimento de energia para a região afetada. Além disso, o ato de retirar o cabo pode causar danos aos equipamentos de distribuição elétrica, exigindo reparos para restabelecer a continuidade elétrica”, acrescenta Leonardo Bersot.
Um caso emblemático que ocorreu no final do mês passado ilustra o tamanho do impacto do furto de cabos na rede subterrânea da Light. Cerca de 15 mil clientes ficaram sem energia no dia 28 de janeiro por aproximadamente 12h, em Copacabana, na Zona Sul, por causa deste tipo de ocorrência. A concessionária fez o registro na 12ª Delegacia de Polícia.
Furto de cabos aumenta em 2023
O furto de cabos da concessionária aumentou, no comparativo entre 2022 e 2023, na região metropolitana do Rio. No ano passado, mais de 16 mil metros de cabos de cobre foram furtados, o equivalente à quatro voltas completas na Orla de Copacabana. O número representa um aumento de 160% em relação ao ano anterior, em que foram subtraídos pouco mais de 6 mil metros de fios. Em 2023, a companhia registrou 373 ocorrências, que deixaram 192.377 mil clientes sem luz por um tempo de quase duas horas. Os atos de vandalismo também fizeram a empresa gastar quase R$ 4 milhões para recompor o material.
No ano passado, o Disque-Denúncia registrou 514 ocorrências sobre furto de fios de cobre. Relatos anônimos revelam envolvidos nos furtos, os locais onde ocorrem, a maneira como as ações criminosas acontecem e para onde esses materiais furtados são levados para serem comercializados.