Mais de 3,4 mil funcionários foram afastados do trabalho no Brasil entre dezembro de 2023 e dezembro de 2024 devido a diagnósticos relacionados à saúde mental, segundo um levantamento realizado pela VR, ecossistema de soluções para trabalhadores e empregadores. Os dados foram coletados em uma base de dados de quase 30 mil empresas que utilizam o serviço de registro de jornada da VR, abrangendo mais de 1,2 milhões de trabalhadores que batem ponto e precisam apresentar atestado médico pela ausência. O período de afastamento variou de 1 a 31 dias.
Os números revelam uma curva ascendente de casos de junho a outubro, mês que registrou o maior número de afastamentos no ano passado. A explicação para esse pico pode estar nas campanhas de Setembro Amarelo para a prevenção do suicídio, estimulando os trabalhadores a olharem com mais atenção para a saúde mental. A média mensal foi de 265 casos.
No total, o levantamento identificou 206 CIDs (Classificação Estatística Internacional de Doenças e Problemas Relacionados com a Saúde) associadas à saúde mental. Entre os diagnósticos mais recorrentes estão Depressão Grave sem Sintomas Psicóticos (F32.2), Depressão Leve (F32), Transtornos Ansiosos (F41), Transtorno Misto Ansioso e Depressivo (F41.2) e Transtorno de Ansiedade Generalizada (F41.1).
Das CIDs reportadas nos atestados de afastamento, 58% dizem respeito a transtornos de ansiedade generalizada ou mista e 36%, a depressão. Em 3% dos casos, foram registrados mais de um diagnóstico associado ao principal. Os setores mais impactados por esses diagnósticos foram Comércio (18%), Saúde (13%), Construção e Serviços Imobiliários (10%), além de Turismo, Eventos e Restaurantes (8%).
Os resultados reforçam dados da pesquisa anual da VR com o Instituto Locomotiva, que em sua edição mais recente revelou que 66% dos trabalhadores brasileiros estavam preocupados com sua saúde mental. Além disso, 35% relataram enfrentar ansiedade, crises de pânico ou depressão, enquanto 43% já lidaram com situações de estresse ou burnout.