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Martinho da Vila: Um dos mais celebrados artistas brasileiros

Compositor, cantor, ritmista, produtor e escritor, uma referência de artista nacional e importante figura para o samba carioca

Martinho José Ferreira, mais conhecido como Martinho da Vila. Traz em suas composições a representatividade dos subúrbios brasileiros, além de prestigiar a herança africana na cultura do país e aborda assuntos cotidianos de forma poética. O ritmista também é pai da cantora Mart’nália, que seguiu os passos do pai na música nacional. 

Nascido no dia 12 de fevereiro de 1938, em Duas Barras, no Rio de Janeiro. Filho de lavradores, com o clima carnavalesco nas veias, Martinho nasceu em um sábado de carnaval. Criado na Serra dos Pretos Forros (em Lins de Vasconcelos) no subúrbio carioca, quando jovem, cursou a escola primária no Engenho de Dentro.

Profissionalmente, em 1958 deu início a composição para a escola Aprendizes da Boca do Mato. Como não conseguia viver só de música atuou como Auxiliar de Químico Industrial, como contador e datilógrafo no Exército entre 1956 e 1969. Participou dos festivais da Record em 1967 e em 1968 com os sambas Menina Moça e Casa de Bamba. Porém é na década de 70 que a sua carreira ganha mais destaque.

Na década de 80, um grande e principal projeto foi incentivar o intercâmbio cultural com Angola. Martinho organizou o show Canto Livre de Angola gravado em 1983. Ao longo da carreira, o artista gravou uma série de discos como: Conto das Lavadeiras (1989), Martinho da Vida (1990), Tá Delícia, Tá Gostoso (1995), Lusofonia (2000) e o Do Brasil e do Mundo (2007). Produz também os DVDs Conexões (2004) e Brasilatinidade (2005).

Martinho além de cantor, compôs vários sucessos para o samba, dentre as canções de maior sucesso estão: Salve a Mulata Brasileira, Grande Amor, Menina moça, Você não passa de uma mulher e Aonde Quer que Eu Vá e Se Eu Sorrir.

Como escritor, Martinho já publicou uma série de livros, sempre buscou ser interessado nas questões raciais, igualdade de gênero, especialmente no tema identidade negra. Entre suas principais obras estão: Memórias Póstumas de Tereza de Jesus (2003), Os Lusófonos (2006) e Barras, vilas & amores (2015), Joana e Joanes (1999), Ópera Negra (1998).

Dentre suas honras, Martinho é dono do prêmio Cidadão Carioca e Cidadão Benemérito do Estado do Rio de Janeiro. O artista foi premiado igualmente com duas medalhas (a Medalhas Tiradentes e a Pedro Ernesto) e arrebatou o Prêmio Shell de Música Popular Brasileira em 1991.

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