Da Agência Brasil
Mais um ano letivo se aproxima, e os pais têm que dar a atenção aos filhos em férias e, ao mesmo tempo, cuidar da compra do material escolar. Em grande parte das escolas, a volta às aulas está programada para fevereiro. Com estimativa de alta de até 30% nos preços do material escolar, uma das alternativas é reaproveitar os itens do ano anterior.
É o que pretende fazer a dona de casa Amanda Oliveira do Nascimento. Mãe de Ana Luísa, de 6 anos, que vai para a 1ª série do ensino fundamental em uma escola particular no Rio de Janeiro, Amanda diz que vai reaproveitar alguns itens, como lápis, borracha e apontador.
A dona de casa, que já comprou os demais itens da lista, constatou aumento de preços do material escolar. “Aumentaram justamente quando começou a campanha da volta às aulas. Por exemplo, um caderno brochura de 96 folhas, estava por R$ 7,90, no mesmo dia que coloquei no carrinho do aplicativo, aumentou para R$ 9,90 antes de eu conseguir finalizar a compra.”
A educadora financeira Lorelay Lopes diz que reutilizar o que está conservado é uma boa alternativa para economizar. “Guardando o material do ano anterior, a pessoa vai apenas repondo o necessário. Isso vale, por exemplo, para lápis de cor e canetinhas, priorize a marca. Assim, você pega aquela cor que desapareceu da sobra de anos anteriores. Borrachas de qualidade duram muito. O principal é conscientizar a criança de que, ao comprar algo apenas para ter uma coisa nova, gera-se lixo desnecessariamente. O resultado é economia e educação.”
Lorelay indica o comércio eletrônico para fazer a comparação de preços. “Quanto ao que precisa realmente ser comprado, a internet está aí para que possamos comparar preços. Com muitos sites oferecendo frete grátis, comprar tudo pela internet salva seu tempo e seu dinheiro.”
No entanto, o ambiente virtual também pode ser um influenciador para crianças desejarem materiais novos e diferentes, ressalta a educadora financeira. “A internet está cheia de vídeos com crianças expondo material escolar importado. Mas também tem muito conteúdo sobre como reaproveitar o material antigo. Fique de olho nas influências, no por quê as crianças acham tão importante ter tudo novo na volta às aulas. Conscientize, explique o impacto das compras”, recomenda Lorelay.
Já a analista financeira Rosana Archila Michelin, mãe de Diego, que vai para o 3° ano do ensino fundamental em uma escola pública de São Paulo, não precisa se preocupar com a compra de material escolar. É que o estado fornece kits de material escolar para os estudantes.
Mesmo assim, Rosana diz que reaproveitará material do ano passado porque a entrega dos kits é feita em meados de fevereiro, depois de iniciadas as aulas. “O kit vem com uma quantidade que dá para aproveitar nos outros anos. Então, aproveito os lápis de escrever, apontador, régua, borracha e cola branca”. Na rede pública, os livros também são fornecidos pelo estado.
A empresária Claudia de Oliveira Rocha, mãe de Julia, de 14 anos, que vai começar o 1º ano do ensino médio em uma escola particular de São Paulo, conta que a única vez que conseguiu aproveitar livros usados foi quando a filha trocou de colégio, em meados de 2019. “Consegui os livros de uma aluna que tinha mudado para outra escola depois de ter comprado os livros. E ainda dois livros de história da arte que ela usou do 7º até o 9º ano.”
Segundo Claudia, no colégio anterior, existia a Ciranda de Livros, que são livros de literatura que os alunos leem ao longo do ano. “Estes eu conseguia emprestar ou pegar emprestado, às vezes, pois a própria escola não repetia. Então, os do Juan [filho mais velho], que já havia passado da 5ª série, por exemplo, às vezes, eu conseguia emprestar para uma amiga quando o filho dela chegava à 5ª série.”
Para a educadora financeira Lorelay, é importante essa rede de contatos para troca ou venda de livros usados. “Use e abuse dos grupos de pais e mães do WhatsApp. A troca entre os anos faz toda diferença nessa hora. Venda os seus livros nos grupos de alunos que ingressam no ano escolar anterior ao de seu filho e compre dos que estão um ano à frente. Sem vergonha de economizar e cuidar do planeta.”