Oito páginas iniciais somente, um editorial do Conselheiro Rodolsfo Dantas, seu fundador e muitas notícias e seções, entre elas as ‘Efemérides brasileiras’, assinadas pelo Barão do Rio Branco. Ela sempre reverenciando ao legado do finado marido, havia inaugurado, em janeiro de 1962, o busto Pereira Carneiro, de autoria de Egisto Bertozzi, na Praça Marechal Âncora, devido a sua ligação com a Panair do Brasil. Mas, o mesmo, foi posteriormente transferido para a Praça Luís de Camões, na Glória. E durante longos anos, a Condessa Pereira Carneiro dirigiu o JK tendo, como diretores, M.F.do Nascimento Brito, José Sette Câmara e Bernard Campos, além de Alberto Dines como editor-chefe. E sua equipe chegou a ter cerca de 400 repórteres e redatores no Rio, no Brasil inteiro e em várias capitais do exterior.
Na década de 1970, a Condessa Pereira Carneiro, além da direção do JB, voltaria à sua agitada vida social de outrora, figurando constantemente em colunas sociais, como as de Ibrahim Sued. Por exemplo, em 1974 seria uma das organizadoras – ao lado de Zoé Chagas Freitas, Carolina Nabuco, Tônia Carrero e Sara Kubitschek – do almoço vip que festejou os 80 anos da Dra. Berta Lutz. Mesmo ano em que ajudou o casal Adolpho Bloch a recepcionar a Princesa Alexandra da Inglaterra em sua visita à Guanabara, entre muitos outros acontecimentos.
A repentina morte da Condessa Pereira Carneiro ocorreu em Brasília, onde foi assistir à condecoração de seu genro, Manoel Francisco do Nascimento Brito, presidente do conselho diretor do “Jornal do Brasil”, com a Ordem do Império Britânico. D. Maurina morreu de uma parada cardiorrespiratória, no dia 6 de dezembro de 1983, no Centro de Reabilitação Sara Kubitscheck, em Brasília. Até hoje seu nome ecoa nas obras que fez e também sempre vivo na atuação da Banda Marcial Condessa Maurina Pereira Carneiro, que deixa a lembrança de seu nome – sugestivo perfil de graça nórdica e de destaque no âmbito social da metrópole nacional -, nunca esquecido. A Condessa praticamente viveu sua vida no ambiente apaixonante de jornal. E a imagem que ficou dela, seria da velha senhora no salão nobre do “Jornal do Brasil”, povoado de móveis e de quadros antigos, e num ambiente da mais perfeita austeridade, quando então, recordava fatos curiosos da sua existência, que foi cheia de lances extraordinários. E o que ela realizou, com a sua atividade, foi, antes de tudo, uma obra de amor. De fato, a Condessa Pereira Carneiro, injustamente esquecida nos dias de hoje, não só continuou, mas também engrandeceu a preciosa herança que lhe foi deixada. O nome de D. Maurina, atualmente é muito pouco conhecido do grande público, que ignora o grande poder (poder, sobretudo da proximidade com o poder) que, um dia, teve esta mulher em nosso país. E ela, que está sepultada no cemitério São João Batista (jazigo perpétuo da família, 85-A, Aléia 1) deixou a sua herança emotiva, as suas trajetórias, ainda vivas na história do jornalismo brasileiro!