A Polícia Civil do Rio de Janeiro prendeu nesta quinta-feira (23) o médico Adolfo Antônio Pires, condenado por envolvimento em um esquema de falsificação de laudos médicos que permitia a liberação judicial do cultivo de maconha. A prisão foi realizada por agentes da Delegacia de Roubos e Furtos (DRF), em cumprimento a um mandado expedido na quarta-feira (22), após sentença penal condenatória.
De acordo com a Polícia Civil, o médico foi localizado após um trabalho do setor de inteligência da DRF. Ele já havia sido preso preventivamente em 2023, durante a Operação Seeds, que desarticulou a quadrilha responsável pelo esquema. Na ocasião, também foram detidos um advogado, um biólogo e uma recepcionista, acusados de extorsão, associação ao tráfico e falsidade ideológica.
As investigações conduzidas pela 14ª DP (Leblon) apontam que o grupo produzia laudos falsos com diagnósticos simulados de doenças graves para obter decisões judiciais que autorizavam o plantio de maconha, sob a justificativa de uso medicinal.
O esquema oferecia um “pacote completo” aos interessados, incluindo o laudo médico, o pedido de habeas corpus e os insumos necessários ao cultivo, cobrando até R$ 50 mil por cada autorização.
Segundo a polícia, Adolfo Pires era o principal responsável pela emissão dos laudos falsificados e chegou a extorquir pacientes e familiares, exigindo novos pagamentos após a concessão das autorizações judiciais. As vítimas relataram que o médico fazia ligações ameaçadoras, usando o medo da perda das permissões para intimidá-las.
As apurações revelaram ainda dezenas de autorizações judiciais obtidas com base em documentos falsos, além de indícios de participação de outros profissionais de saúde.





