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Meio ambiente não Vale nada?

Editorial

O Brasil está novamente atordoado com a possibilidade de mais um crime ambiental de enormes proporções. A cerca de 100 quilômetros da costa maranhense encontra-se encalhado o navio graneleiro MV Stellar Banner, com 3.640 toneladas de óleo destilado e 294,8 mil toneladas de minério de ferro em seu interior.

A embarcação, da empresa sul-coreana Polaris Shipping, foi contratada pela Vale para levar os produtos até a cidade de Qingdao, na China. A tripulação saiu do terminal marítimo da Ponta da Madeira, em São Luís, no Maranhão, mas, por volta das 21h30 de 24 de fevereiro, detectou a entrada de água em compartimentos de carga logo após que o navio tocou o fundo do mar. Caso o material de dentro do navio venha a vazar no mar, estaremos diante do terceiro crime ambiental envolvendo a mineradora Vale em menos de cinco anos, ao lado dos crimes de Brumadinho, em 2019, e Mariana, em 2015.

E o pior já está em andamento: de acordo com o Ibama, o óleo que vaza do navio já se espalha por quase um quilômetro ao redor da embarcação, quantidade que deve aumentar no decorrer dos dias. Inicialmente, o mesmo Ibama havia questionado a Vale sobre a quantidade de minério que carrega o barco, mas a empresa não se manifestou a respeito.

Ambientalistas explicam que o óleo que vaza fica sobre a água, impedindo a entrada de luz solar. Consequentemente, isso gera impactos para a flora aquática e também para os peixes, porque a luz solar não entra e isso acaba prejudicando o desenvolvimento dos animais. E outros animais, como pássaros, vão acabar bebendo esse material e morrer.

É trágico vermos a mesma empresa envolvida em um novo episódio de destruição do meio ambiente. Isso afetará a imagem da Vale e poderá lhe custar multa por crime ambiental. Mas, certamente, o prejuízo mesmo é do povo brasileiro e da natureza.

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