Roberto Miguel de Barros Regina, carioca, médico e praticamente autodidata em música morreu na última sexta-feira (25/04)
Carioca, ele foi uma das figuras mais singulares e inspiradoras da música brasileira, reconhecido por seu virtuosismo ao cravo, pela dedicação à preservação e difusão da música antiga no Brasil e, além dos palcos, pela atuação como médico anestesista.
“Lamento profundamente a partida deste grande músico, fundador e maestro emérito da orquestra de música erudita da nossa cidade, que se tornou um verdadeiro patrimônio cultural de Curitiba. Meu pesar aos amigos e familiares”, disse Eduardo Pimentel, prefeito de Curitiba.
Nascido em 1927, chegou em Guaratiba na década de 70 buscando a tranquilidade do bairro. Na década de 90 inaugurou, no local, a Capela Magdalena. Desde 1991, ele promovia concertos com ambientação de época, seguidos de almoço ou jantar e visita ao Museu Ronaldo Ribeiro com mais de 500 peças de transporte, catedrais e castelos do mundo a maioria montada por ele. Gostava muito de tocar em igrejas, a Candelária e a Paróquia Nossa Senhora do Desterro em Campo Grande-RJ foram agraciadas.
Em 2017 Roberto de Regina lançou seu livro ROBERTO DE REGINA VIDA E OBRA ou MEMÓRIAS DE UM SARGENTO DE MALÍCIAS. Em 2021 ele gravou e publicou no youtube 16 concertos – Projeto Johann Sebastian Bach Concertos para cravo. Há muitos outros vídeos no youtube.
Sua história vai virar um documentário dirigido por Luiz Eduardo Ozório “O CRAVISTA” deverá ser mostrado este ao em Gramado.
Detentor de vários prêmios foi recentemente homenageado na Cafeteria Cheirin Bão do Parkshoping com seu nome na “”Mesa da Fama.”
Aos 98 anos, Roberto de Regina recebeu em 21 de fevereiro 2025, o título de doutor honoris causa da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ).
Em 1974, ao lado da cravista Ingrid Müller Seraphim e de instrumentistas igualmente apaixonados pela música renascentista e barroca, fundou a Camerata Antiqua de Curitiba – conjunto vocal e instrumental que se tornaria referência nacional e internacional na interpretação de repertórios antigos e sacros. Desde os primeiros ensaios, Roberto assumiu a regência do grupo e, com Ingrid, moldou a identidade da Camerata, marcada pelo rigor histórico e pela profunda expressividade musical.
Sob sua batuta, a Camerata gravou seus primeiros discos Dietrich Buxtehude e Outros e La Noce Champêtre e passou a se apresentar em importantes palcos brasileiros. Mesmo com a chegada de novos maestros ao longo dos anos, como Paulo Bosísio, Jamil Maluf e Lutero Rodrigues, Roberto sempre esteve presente regendo, orientando, compartilhando partituras raras. Ele permaneceu ligado ao grupo como maestro emérito, acompanhando de perto sua trajetória.
Em sua última homenagem em vida feita pela Camerata, o coro do grupo foi ao Rio de Janeiro, em 2022, para uma série de apresentações celebrando seus 95 anos, com regência de Mara Campos. Roberto esteve no concerto na Sala Cecília Meireles, onde foi calorosamente ovacionado.