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Morre Sebastião Salgado, ícone da fotografia humanista e ambiental

Divulgação

O mundo perde uma de suas lentes mais sensíveis e impactantes: faleceu hoje, aos 80 anos, Sebastião Salgado, um dos mais renomados fotógrafos documentais do século XX e XXI. Reconhecido internacionalmente por sua habilidade em retratar a condição humana com profundidade e dignidade, Salgado deixa um legado artístico e humanitário de valor inestimável.

Nascido em Aimorés, Minas Gerais, em 1944, Salgado formou-se em economia antes de se dedicar integralmente à fotografia. Sua trajetória começou nos anos 1970, e logo seus trabalhos chamaram atenção pela potência visual e engajamento social. De conflitos armados a populações refugiadas, do trabalho operário à vida na natureza, suas imagens sempre foram além da estética, provocando reflexão, empatia e ação.

Projetos icônicos como Trabalhadores, Êxodos e Gênesis eternizaram seu olhar sobre as transformações do mundo — tanto em seus aspectos mais duros quanto em sua beleza bruta. Salgado visitou mais de 120 países em suas reportagens fotográficas, documentando histórias invisibilizadas e ambientes em risco de desaparecimento. Seu estilo inconfundível em preto e branco, com forte contraste e composição precisa, tornou-se referência no fotojornalismo mundial.

Além de seu trabalho artístico, Sebastião Salgado foi um defensor incansável do meio ambiente. Ao lado de sua esposa, Lélia Wanick Salgado, fundou o Instituto Terra, responsável pela recuperação de áreas degradadas na Mata Atlântica, replantando milhões de árvores e promovendo educação ambiental.

Premiado com honrarias como o Prêmio Príncipe das Astúrias, o World Press Photo e o título de Embaixador da Boa Vontade da Unicef, Salgado foi muito mais do que um fotógrafo — foi um contador de histórias que usou a imagem para transformar consciências.

Sua morte representa uma perda irreparável para a arte e para a luta por justiça social e ambiental. Mas suas imagens permanecem como testemunhos eternos da fragilidade e da força da existência humana.

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