Quando abordamos Mudança Climática, invariavelmente, falamos
também sobre o último relatório do Painel Intergovernamental sobre Mudanças Climáticas (IPCC). O relatório não dá margem para dúvida quanto à influência humana para o aquecimento global de forma acelerada, de maneira nunca visto anteriormente na história do planeta. Os eventos climáticos extremos ao redor do mundo já ocorrem com mais frequência. Ondas de calor, incêndios, secas e tempestades já são corriqueiros. A economia global corre contra o tempo para uma transição energética de baixo carbono, a temperatura média global não pode aumentar acima dos 2º, o ideal seria 1.5º. O prazo? 2050.
Anualmente ao redor do mundo, nascem cerca de 140 milhões de bebês, um a cada 4 segundos. Será que Mudança Climática gera algum tipo de risco relevante a impactar a saúde de um recém-nascido
Segundo estudos publicados na Revista “Paediatric and Perinatal Epidemiology”, em janeiro deste ano, existem evidências crescentes que a exposição ao calor extremo pode aumentar o risco de parto prematuro em 16% das gestantes.
Outro problema apontado nas pesquisas, mostra que a exposição materna a temperaturas mais altas têm sido relacionadas à baixo peso ao nascer. Além disto, no primeiro ano de vida, período crítico na determinação da composição corporal adulta, os estudiosos perceberam também uma correlação com o ganho de peso que vem sendo associado à obesidade na infância, adolescência e na idade adulta.
Ainda, de acordo com o artigo científico, a poluição do ar em decorrência da queima de combustível, que contribui para o aquecimento global, também gera impacto no processo reprodutivo, influenciando a fertilidade.
O clima está mudando e estas mudanças são prejudiciais à nossa saúde, afetando uns mais que os outros, os impactos negativos na saúde reprodutiva poderão se acentuar criando uma população marginalizada no seu direito de reprodução, criando a “injustiça reprodutiva climática”.
