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Museu do Negro

O Museu do Negro está instalado na Igreja de Nossa Senhora do Rosário e São Benedito dos Homens Pretos, patrimônio da cidade do Rio de Janeiro, bem tombado pelo Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional, em 1938. 

A história de sua construção remonta à iniciativa dos confrades da Irmandade de Nossa Senhora do Rosário e São Benedito dos Homens Pretos que, anteriormente, tinham como lugar de abrigo e culto de suas imagens um dos altares da antiga Igreja de São Sebastião localizada no Morro do Castelo. Por motivo das desavenças entre a irmandade e os cônegos da Velha Sé do Bispado do Rio de Janeiro, ali instalada, em 1684, decidiram os irmãos retirarem de lá suas imagens e construir sua própria igreja. 

Com sua construção iniciada no ano de 1700, levou 25 anos para ser terminada. Entre 1737 e 1808, abrigou, a contragosto da irmandade e muitas desavenças, a Sé e o Cabido. Por essa razão, foi a igreja da cidade a receber a visita de agradecimento feita por D. João VI e a Corte Portuguesa, pelo êxito da chegada ao Rio de Janeiro, em 1808. Fato a acrescentar mais um capítulo nas históricas desavenças e disputas entre a Irmandade do Rosário e os Cônegos da Sé.

Quando da volta da família Real para Lisboa, em 1821, foi no Consistório da Igreja de Nossa Senhora do Rosário e São Benedito dos Homens Pretos que passou a funcionar o Senado da Câmara, razão pela qual foi o palco de importantes eventos ocorridos às vésperas da Independência do Brasil como a redação da representação popular dirigida a D. Pedro que culminou no “Dia do Fico”. Depois de 1824, com a saída do Senado das dependências da igreja, o Consistório passou a ser ocupado pela Imperial Academia do Reino. No templo repousam os restos mortais do Mestre Valentim. 

Hoje, seu interior apresenta sete altares laterais, além do altar-mor em que se vê o Cristo Crucificado. Dois corredores, em dois planos, levam à sacristia, ao Consistório e às dependências da irmandade, onde se encontra o Museu do Negro. No primeiro piso, um ossuário com velas votivas.

O Museu do Negro é uma instituição privada, vinculada à Irmandade de Nossa Senhora do Rosário e São Benedito dos Homens Pretos.

No local há objetos, além de documentos diversos relacionados à escravidão no Brasil, foram reunidos pela Irmandade de Nossa Senhora do Rosário e São Benedito dos Homens Pretos. Em 1967, após o incêndio que desfigurou a igreja e destruiu parte do acervo, a irmandade decidiu criar o Museu do Negro, oficialmente fundado em 1969. Hoje, o museu conta também com quadros e outros objetos doados por donos de antigas fazendas, inclusive um manuscrito de 1572 de Luís de Camões. Também apresenta esculturas, fotografias, roupas litúrgicas da irmandade e objetos de culto do candomblé. Foi no museu que nasceu a devoção à Escrava Anastácia, baseada num quadro que integra o seu acervo.

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