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Musicoterapia ajuda na ressocialização de jovens internos no Rio

Um projeto que utiliza as técnicas da musicoterapia, prática com música no contexto clínico de tratamento, reabilitação ou prevenção de saúde e bem-estar, está ajudando na ressocialização de adolescentes que cometeram algum tipo de delito e que estão em internação no Departamento Geral de Ações Sócio Educativas (Degase), no Rio.

Profissionais realizam atendimentos individuais ou em grupos com os jovens, trabalhando com técnicas de musicoterapia, instrumentos musicais, escuta terapêutica e qualificada, assim como composição, improvisação e audição de canções dos mais diversos gêneros e ritmos.

O trabalho terapêutico tornou-se destaque até no Compêndio em comemoração aos 75 anos da ONU, publicado em dezembro de 2020 e organizado pelo Music as a Global Resource (Música como um Recurso Global), por meio do International Council for Caring Communities (Conselho Internacional de Cuidado às Comunidades), da Universidade de Nova York (NYU – EUA) e Queensland Conservatorium Griffith University, da Austrália.

A publicação mostra exemplos de projetos que utilizam a música como meio de desenvolvimento sustentável em todo o mundo e destacou a ação desenvolvida na Degase, ao lado de iniciativas de outros 38 países.

Conforme a descrição do projeto no Compêndio, a música permite novas elaborações e narrativas (verbais ou não verbais), e oferece aos adolescentes novos caminhos para expressão.

No Degase, a musicoterapia faz parte do atendimento do Núcleo de Saúde Mental, vinculado à Coordenação de Saúde e Reinserção Social (CSIRS), sendo a equipe especializada e composta por servidores do órgão.

Os profissionais também fazem a articulação com familiares dos socioeducandos e com outros servidores do Departamento, como psicólogos, pedagogos, assistentes sociais, agentes de segurança socioeducativos e até mesmo com a rede pública de saúde, quando necessário.

“Acredito muito nesse trabalho que vai reverberando e sendo agente de mudanças, por isso precisamos cada vez mais permitir que o mundo saiba o que é feito aqui dentro. Com o respaldo e união da pesquisa acadêmica e a prática das experiências cotidianas, podemos exportar nosso conhecimento, nossas tecnologias que são pioneiras na área da socioeducação e no atendimento de populações expostas às diversas vulnerabilidades”, diz a musicoterapeuta Mariane Oselame, que também é presidente do Comitê Latino-Americano de Musicoterapia.

Mariane, que atua na unidade feminina de internação do Degase, foi a responsável pela inscrição do projeto para a publicação pela ONU. Ela diz que o trabalho terapêutico com o protagonismo da música pode ser um ótimo aliado para iniciativas integradas e articuladas com outras áreas como a educação, a segurança e a saúde integral e faz com que os jovens tenham mais capacidade para se conectar e se expressar por meio dela.

“O trabalho vem contribuindo ativamente para a criação e promoção de políticas públicas essenciais e fazer parte deste compêndio nos estimula ainda mais a ampliar nosso trabalho e alcance”, comemora.

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