Tristeza, sentimentos de pessimismo, desesperança, culpa, irritabilidade, fadiga e pensamentos de morte que podem levar ao suicídio. Esses são alguns dos sintomas clássicos da depressão, distúrbio que atinge a mais de dois milhões de pessoas no Brasil.
Com a quarentena, esses números podem ter dobrado, além de um aumento de mais de 80% nos casos de ansiedade e estresse. De acordo”’ com uma pesquisa da UERJ, Universidade do Estado do Rio de Janeiro, os problemas de saúde mental cresceram em escala preocupante com o isolamento social. O estudo foi feito por meio de um questionário online durante os dias 20 de março e 20 de abril, em 23 estados e teve mais de 1.400 participantes.
Descuido com a alimentação, ausência de acompanhamento psicológico, sedentarismo, além de doenças preexistentes são os fatores apontados para o crescimento dessa estatística.
A psicóloga Rafaela Rosa destaca o que tem visto no Centro de Atenção Psicossocial em que trabalha: ”O que aparece muito no discurso dos pacientes é uma angústia relacionada ao medo da contaminação, dificuldade financeira, dificuldade em conseguir auxílio governamental, perda de entes queridos e as questões referentes ao isolamento social”.
Para ela, muitas vezes as pessoas banalizam esses sintomas e apagam a dor do indivíduo: “É como se esse sofrimento não fosse legítimo”. A profissional ainda fala sobre a necessidade de não silenciar esses indícios: “para além do que a sociedade considera, é preciso que cada um leve a sério o próprio sofrimento, dê lugar a ele e possa buscar espaços de cuidado”.
Famosos também são acometidos pelos transtornos
Muita gente pensa que o dinheiro, fama e sucesso nos trabalhos podem livrar artistas dos males relacionados à mente. Mas o excesso de exposição, críticas e falta de rotina adequada podem afetar e muito a vida emocional das celebridades. Bruna Marquezine, Anitta, Lucas Lucco, Fernanda Lima e até mesmo o Padre Marcelo Rossi foram alguns dos que já revelaram ter superado a depressão.
No ar em Estrela-Guia, Netinho Alves passou por momentos difíceis na adolescência e chegou a tentar tirar a própria vida: “A doença da depressão e a vontade de suicídio vão muito além da grana. É perder a vontade de viver, é como se tudo fosse preto e branco. Não há vida, não há luz, não há cor, não há esperança”, conta o ator.
Por isso se tornam tão importantes as campanhas de conscientização, como o setembro amarelo. Para Rafaela Rosa, esse é justamente o momento que os famosos podem contribuir, mostrando seus casos de superação. “A campanha colabora com a sensibilização de quem está ao redor, para tornar o social mais acolhedor para com essas pessoas e incentivar a busca por tratamento”, afirma.
Netinho conta que foram os amigos que o ajudaram a superar: “Eu recebi tanto apoio, mas tanto apoio de amigos, que quando pensei que a depressão e a vontade de suicídio iriam agravar, consegui absorver todas as energias positivas e carinho que estavam tendo por mim”, comenta o ator.
Rafaela lembra que uma instituição essencial nesse momento pode ser a Igreja. “A religião também pode dar um lugar importante para muitas pessoas, sendo um coletivo, um espaço de troca e afeto. É preciso considerar que função a religião ocupa para cada sujeito”.
Foi justamente na fé que encontrou o que precisava para superar: “Eu tive que ser forte, seguir em frente. Busquei muitas forças a Deus, porque ele jamais deixaria de ajudar as pessoas que pensam em suicídio, Ele é a vida”.
Dicas para manter o corpo e a mente saudáveis:
1) Crie uma rotina, não tente fazer 15 coisas ao mesmo tempo
2) Bateu a pressão do confinamento? Respire por dois minutos, porque vai passar, tudo passa
3) Tente praticar algum exercício leve, alongamento, meditação
4) Evite também o abuso de álcool e drogas, isso vai fazer diferença
5) Tire seus projetos antigos da gaveta, faça coisas que te dão prazer