Estudo divulgado no Journal of Ecology por pesquisadores brasileiros vinculados à Universidade Estadual de Campinas (UNICAMP), à Universidade Federal da Paraíba (UFPB), à Universidade Federal de Pernambuco (UFPE), à Universidade Federal de Viçosa (UFV) e do Instituto Federal de Goiás (IFG), apontam que as mudanças climáticas podem afetar 40% da biodiversidade no semiárido brasileiro até 2060.aumentando a aridez e até a desertificação em algumas áreas. Os principais impactos para a Caatinga poderão ser a substituição de árvores por arbustos e gramíneas e a diminuição do número total de espécies, com base no banco de dados criado pelo Brasil.
Os pesquisadores analisaram coleções de plantas, herbários e literatura científica para compilar um banco de dados com mais de 400 mil registros de ocorrência de cerca de 3 mil espécies de plantas no bioma. Eles combinaram tudo isso com dados de distribuição geográfica, forma de crescimento, clima e solo. Eles então agruparam as espécies em duas categorias: lenhosas (árvores, arbustos, palmeiras e trepadeiras lenhosas); e não lenhosas (ervas, trepadeiras herbáceas e suculentas).
A pesquisa considerou dois cenários: um cenário otimista, assumindo que a tecnologia reduza as emissões de gases de efeito estufa e que o Acordo de Paris seja implementado [limitando o aumento médio da temperatura global a 1,5 ° C acima do nível pré-industrial ]; e um cenário pessimista, sob o qual as taxas de desmatamento, o uso de combustíveis fósseis e o crescimento populacional permanecem elevados e não há avanços na inovação.
Os resultados mostraram que 99% das assembleias de plantas na Caatinga perderão espécies até 2060. O aumento da aridez e o aumento das temperaturas diminuirão a diversidade e a complexidade da vegetação. O clima quente e seco também afetará serviços ecossistêmicos como a fotossíntese, a renovação do ar e o armazenamento de carbono nas folhas, troncos e raízes das árvores.