Estudos publicados ao longo dos últimos anos vêm ressaltando os benefícios da exposição infantil a áreas verdes tanto no desenvolvimento neurocognitivo, social, comportamental, mental e bem estar. Além disto, a exposição à natureza também está associada a índice de massa corporal mais baixo, a práticas corriqueiras de atividades físicas, redução de sobrepeso, obesidade e hipertensão.

Um estudo publicado recentemente no jornal online de medicina JAMA NETWORK OPEN, apresentou uma associação entre a saúde óssea infantil e as crianças que moram próximas á área verde.

Pesquisadores da Universiteit Hasselt, na Bélgica, acompanharam a saúde óssea de 327 crianças a partir do nascimento até completarem 6 anos e relacionaram a exposição da cada participante a áreas verdes. Os espaços verdes foram divididos em vegetação com altura superior a 3 metros, vegetação com altura inferior a 3 metros e misto, área que contemplava os dois tipos de vegetação. As distâncias das áreas e as crianças variavam entre 100 metros a 3 km. O estudo ocorreu entre os anos de 2014 e 2021.

A avaliação da densidade mineral óssea radial foi realizada através de ultrassonografia durante as consultas de acompanhamento.

Os pesquisadores descobriram que as crianças expostas com maior frequência a áreas com vegetação alta e vegetação mista, em um raio de 500 metros de suas casas, apresentavam melhor densidade mineral óssea em comparação aos que estava mais longe ou que frequentavam áreas com vegetação baixa.

Uma das hipóteses levantadas pelos pesquisadores na melhora da densidade óssea, é que as crianças que frequentam áreas verdes praticam mais atividades físicas e, consequentemente, por conta dos exercícios, o desenvolvimento ósseo estaria sendo favorecido.

O estudo é importante porque reforça a necessidade de construção de mais espaços verdes urbanos até mesmo como estratégia de prevenção de fraturas e osteoporose, além dos ganhos físicos e emocionais do indivíduo.