A exposição no útero a um produto químico industrial conhecido como “Ftalato”, pode estar alterando o desenvolvimento do cérebro masculino, é o que concluiu um estudo com 145 crianças em idade pré-escolar e publicado na revista International Journal of Andrology .
Altas concentrações de dois ftalatos encontrados na urina pré-natal das mães, diminuíram a probabilidade dos filhos de brincarem com brinquedos e jogos tipicamente masculinos.
Mas o que seria “Ftalato”? Trata-se de um produto químico usado para amaciar os plásticos que usamos em nosso dia a dia como embalagem e potes para aquecer os alimentos contendo PVC, que podem acabar introduzindo este reagente químico na cadeia alimentar, produtos de higiene pessoal como sabonetes e loções e em brinquedos infantis.
Os pesquisadores estão levantando a hipótese que estes “antiandrogênios” podem levar a diminuição da produção de testosterona fetal durante a “janela crítica de desenvolvimento” que ocorrem entre 8 e 24 semanas de gestação, quando os testículos começam a funcionar, alterando assim a diferenciação sexual do cérebro.
O estudo usou uma metodologia chamada ‘PSAI”, que em tradução livre seria “Inventário de Atividades Pré-Escolar”, criada para entender o comportamento de brincadeiras entre os sexos. O questionário abordou 3 elementos da brincadeira: qual o tipo de brinquedo que a criança escolheria (caminhão ou boneca), qual a brincadeira era escolhida como atividade e característica da criança.
As pontuações finais da pesquisa são projetadas para refletir o jogo típico do sexo. Pontuação alta, significa jogo típico masculino e pontuação baixa significa atividade típica feminina.
Resultado: as amostras que continham concentrações altas de Ftalato eram justamente das crianças que tiveram uma pontuação baixa na avaliação comportamental de brincadeira de meninos.
Agora os pesquisadores querem entender melhor como os desreguladores endócrinos afetam o cérebro.