Estudo publicado no JAMA Network Open investigou a relação entre a exposição à poluição do ar durante a gravidez e o risco de paralisia cerebral  em crianças nascidas em Ontário, Canadá. O estudo utilizou os registros administrativos de saúde da província, abrangendo nascimentos entre abril de 2002 e março de 2017. Foram analisados dados de 1.587.935 nascimentos.

A paralisia cerebral é a deficiência motora mais comum na infância, muitas vezes associada a distúrbios de percepção, cognição, comunicação e comportamento. Embora a poluição do ar esteja ligada a alterações estruturais no cérebro e problemas neurodesenvolvimentais, sua associação específica com a paralisia cerebral  não tinha sido amplamente investigada até o momento

A exposição a poluentes como material particulado fino (PM2.5), dióxido de nitrogênio e ozônio foi estimada a partir dos endereços residenciais das mães durante a gravidez. A ocorrência de paralisia foi identificada por diagnósticos hospitalares e ambulatoriais.

Dentre os participantes, 3170 crianças (0,2%) foram diagnosticadas com paralisia. Um aumento na concentração de PM2.5 durante a gestação foi associado a um risco 12% maior de paralisia. O risco foi mais alto em meninos (14%) em comparação com meninas (8%). Não foram encontradas associações significativas para o nitrogênio e o ozônio.

O estudo conclui que a exposição às partículas finas durante a gravidez está relacionada a um aumento no risco de paralisia em crianças nascidas em Ontário. O estudo ressalta a necessidade de intervenções para reduzir a exposição ao PM2.5 durante a gestação como medida preventiva para mitigar os riscos.

A pesquisa sugere que políticas ambientais focadas na redução da poluição do ar podem desempenhar um papel crucial na prevenção da paralisia cerebral. Novas pesquisas são necessárias para explorar os mecanismos biológicos dessa associação e identificar outros fatores de risco ambientais.