Sabemos que incêndios florestais, intensificados pelas alterações climáticas, têm efeitos conhecidos na saúde física, mas os seus efeitos na saúde mental aos poucos começam a ser melhor compreendidos.
Estudo de corte com mais de 7 milhões de pessoas que vivem em áreas afetadas por 25 grandes incêndios florestais na Califórnia entre 2011 e 2018, encontrou um aumento significativo nas prescrições de antidepressivos, ansiolíticos e medicamentos estabilizadores do humor durante o período do incêndio em comparação com o período anterior ao incêndio. Foram analisados dados de 6 semanas antes do início de um incêndio florestal e durante 6 semanas após o seu início. O estudo foi publicado na revista de psiquiatria JAMA Network
O número de prescrições psicotrópicas aumentou de 252 mil antes do incêndio para quase 256 mil durante os incêndios florestais. Constatou-se um aumento significativo nas prescrições de antidepressivo, ansiolíticos e estabilizadores do humor.
De acordo com a pesquisa, 22% dos participantes alegaram ter feito uso de medicamento psicotrópico.
O estudo sugere que grandes incêndios florestais podem desencadear certas condições de saúde mental, necessitando de uma abordagem abrangente de saúde pública que garanta o acesso a uma ampla variedade de serviços, incluindo aqueles que melhoram a resiliência da saúde mental antes, durante e depois dos desastres.
Por isto a importância das pesquisas clínicas para esclarecerem as consequências negativas para a saúde mental em decorrência das alterações climáticas tais como aumento dos incêndios e outros riscos ambientais.