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Nosso Planeta: Má qualidade do ar e cognição visual dos bebês

A cada dia, as evidências para os danos causados pela poluição do ar em nossa saúde vem crescendo, mostrando danos significativos causados até mesmo por baixos níveis de poluentes do ar.

Atualmente, segundo relatório da Organização Mundial de Saúde, quase 99% da população mundial respira um ar acima dos limites de qualidade recomendados. Estima-se que por ano, 13 milhões de pessoas morrem em decorrência da poluição.

Segundo a plataforma de monitoramento da qualidade do ar, neste exato momento, enquanto escrevo esta coluna, 91,5% da população global está respirando um ar ambiente que não atende a diretriz da OMS.

Mas com que antecedência esses efeitos negativos surgem? Como será que o cérebro reage às toxinas?

Pois é, a má qualidade do ar tem sido associada a déficits cognitivos em crianças, mas esta relação considerando o primeiro ano de vida, quando o cérebro está no auge do seu desenvolvimento, não tinha sido bem estudada até hoje.

Contudo, pesquisadores da Universidade inglesa East Anglia, publicaram um estudo que mostra uma associação entre a má qualidade do ar na Índia e déficit cognitivo visual de bebês e crianças menores de 2 anos.

Os pesquisadores avaliaram 215 bebês de famílias rurais da Índia usando uma tarefa de cognição projetada entre outubro de 2017 a junho de 2019. Estas famílias tiveram monitores de qualidade do ar instalados em suas residências.

Verificou-se que a qualidade do ar era pior nas casas em que usavam materiais sólidos como fonte de energia para cozinhar.

O que a pesquisa nos mostra, é a existência de uma necessidade global para encontrarmos soluções para melhorarmos a qualidade do ar que respiramos.

O benefício viria em forma de cascata positiva, já que melhorar a capacidade cognitiva repercutiria em uma melhor produção econômica a longo prazo, impactando a renda familiar e reduzindo a pressão no sistema de saúde pública.

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