Qual o impacto da poluição nas nuvens e como isto pode alterar o clima? 

Sabemos que por conta da atividade humana, somos capazes de criar um desequilíbrio no “orçamento” de radiação da Terra, fenômeno também  conhecido como “forçamento radioativo”. Tal fenômeno  é toda diferença entre a radiação solar que o planeta absorve e a energia que ele libera. Por isto a importância do Acordo de Paris e a necessidade de uma transição para uma economia de baixo carbono, porque os gases de efeito estufa são os principais “vilões” neste desequilíbrio. Mas eles não são os únicos. 

Para compreender melhor os efeitos das minúsculas partículas de poluição, também conhecidos por aerossóis, e o impacto destes no clima, pesquisadores da Universidade Hebraica estudaram  como esta poluição interagia com as nuvens.   

Com uma abordagem inovadora envolvendo sofisticados computadores que examinavam os mínimos detalhes do céu e, através de precisas simulações envolvendo diversos cenários de temperatura da superfície do mar, descobriram que a alta concentração destes poluentes em determinadas áreas, acabavam servindo como barreira impeditiva de chuvas em algumas regiões. Como consequência a umidade acabava se movendo para outros locais onde então, acabava se formando grandes nuvens e estas, por sua vez, liberavam mais calor no ar e assim, causavam ventos mais fortes. 

Assim, a principal conclusão dos pesquisadores é que uma concentração de aerossol local e persistente por mais de um mês na região descendente dos trópicos poderia ter um impacto significativo na direção do vento na região ascendente.

A pesquisa publicada na revista Nature, ajuda a compreender melhor como a combinação de aerossóis e nuvens podem afetar os padrões climáticos.