Como dissemos na coluna anterior, nenhuma fonte de energia é completamente segura. Todos eles têm impactos de curto prazo na saúde humana, seja através da poluição atmosférica ou de acidentes. E todos eles têm impactos a longo prazo, contribuindo para as alterações climáticas. Mas antes de entendermos como se dá o impacto a longo prazo, vamos compreender os riscos a curto prazo na saúde.
Em um artigo publicado recentemente no “ourwordindata”, pesquisadores compararam a taxa global de mortalidade causado por cada fonte de energia usando como parâmetro a unidade de eletricidade que é medido em terawatts-hora, o que significa o consumo de 150 mil pessoas na Europa. O resultado não poderia ser outro senão, que os combustíveis fósseis e a biomassa matam muito mais pessoas por unidade de eletricidade do que as energias renováveis e nucleares. Sendo o carvão o mais sujo de todos.
Imaginemos, 7 cidades com uma população de 150 mil habitantes e cada cidade com uma fonte de energia.
Na cidade A, movida a carvão, 25 pessoas morreriam por ano, principalmente por conta da poluição do ar.
Na cidade B, movida a petróleo, 18 pessoas morreriam todos os anos.
Na cidade C movida a gás, 3 pessoas morreriam anualmente.
Na cidade D, com energia hidroelétrica, em média apenas 1 pessoa morreria por ano.
Na cidade E, que tem a eólica como fonte, a cada 25 anos uma pessoa morreria.
Em uma cidade com energia nuclear, a cada 33 anos alguém morreria.
E por fim, em uma cidade com energia 100% solar, seriam necessários 50 anos para que uma pessoa morresse em decorrência desta fonte.
A matriz energética global ainda é dominada pelos combustíveis fósseis. Para que possamos fazer uma transição energética mais limpa, mitigar os efeitos climáticos e melhorar a nossa saúde, precisamos fortalecer as energias renováveis e, ainda, repensarmos o nosso preconceito com a energia nuclear.
A questão é: o que fazer depois com o lixo nuclear?