Os desastres relacionados com o clima e surtos de riscos biológicos, aumentaram nas últimas duas décadas e projeta-se um  aumento de 40% entre 2015 e 2030.

Pesquisas têm apontado que as alterações climáticas representam um dos maiores riscos para a saúde humana à medida que a poluição atmosférica aumenta, as temperaturas da superfície aumentam e os fenómenos meteorológicos extremos se tornam mais frequentes. As exposições ambientais relacionadas com as alterações climáticas têm um efeito desproporcional nas mulheres grávidas.

O período perinatal, que começa com a gravidez e vai até 1 ano pós-parto, caracteriza-se por ser um processo de reorganização neural que ajuda a mãe a se adaptar ao novo papel. Em algumas pessoas, esta capacidade de se moldar a novas situações não ocorre ou ocorre de forma diferente, o que pode levar a uma dificuldade no enfrentamento da nova experiência da maternidade e, portanto, ao desenvolvimento de transtornos de humor ou de ansiedade, por exemplo.

O nível de exposição a fatores de estresse relacionados com desastres naturais durante a gravidez tem sido associado à prevalência e gravidade do estresse pós-traumático materno e dos sintomas de depressão. Alguns dos maiores fatores de estresse para as gestantes no período perinatal durante estes acontecimentos incluem a exposição ao próprio desastre, a interrupção dos cuidados pré-natais, mudanças na dieta devido à falta de eletricidade e suprimentos de alimentos frescos e exposições a materiais infecciosos e tóxicos. Tais traumas podem ainda levar a resultados negativos na gravidez tais como, parto  prematuro e redução do peso e do perímetro cefálico. Efeitos cardiometabólicos, neuroendócrinos e cognitivos  também estão associados ao trauma sofrido por estas mulheres.

Compreender os efeitos das transformações climáticas é essencial para o poder público poder lidar com o impacto na saúde mental e assim, criar grupos de apoio à população.