Ao longo da história do planeta a grande maioria das matérias orgânicos preservadas foi incorporada em sedimentos marinhos depositados sob os oceanos, o que faz dos mares um dos maiores armazenadores de dióxido de carbono atmosférico, além de fonte de oxigênio.
Ao mesmo tempo em que o carbono é o principal elemento de vida circulando pelo nosso planeta, ele, junto com outros gases, pode representar sinônimo de destruição, já que forma um dos gases de efeito estufa que contribui para as alterações climáticas, representando sozinho 70% das emissões e ficando na atmosfera aproximadamente por 100 anos.
Pesquisadores da Rice University, Texas A&M University, University of Leeds e University of Bremen, publicaram recentemente na Revista Nature, pesquisa sugerindo que a mudança climática pode estar diminuindo a capacidade dos oceanos de enterrarem os materiais orgânicos aumentando assim, a quantidade de carbono que retorna à atmosfera, por conta das altas temperaturas do oceanos que aumentam as taxas metabólicas das bactérias e com isto, as matérias orgânicas não conseguem chegar no fundo dos oceanos.
Os cientistas fizeram mais de 1500 expedições a bordo de navios financiados pela International Ocean Discovery Program e analisaram dados de núcleos perfurados de sedimentos do fundo do mar.
À medida de que aquecemos os oceanos, mais difícil fica para o carbono orgânico seguir o seu caminho até ser enterrado como sedimentos marinhos.