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“Nunca na história da Ópera Nacional de Paris houve um brasileiro convidado a estudar lá e eu me tornei a primeira bailarina a receber este convite”

Luciana Sagioro, de 16 anos, começou no ballet aos três anos de idade. Natural Juiz de Fora, cidade do interior de Minas Gerais, vinha mais de uma vez por semana ao Rio de Janeiro para fazer aulas de ballet.

As viagens tinham ida e volta no mesmo dia, porque Luciana não poderia abandonar os estudos, a principal condição imposta pelos pais para permanecer no ballet, era que ela não deixasse as notas na escola caíssem.

Aos 10 anos, foi convidada para então permanecer no Rio e mergulhar de cabeça na busca pelo sonho de ser uma bailarina renomada. No início deste ano, participou do Prix de Lausanne 2022, que equivale a uma Copa do Mundo no âmbito do futebol. Luciana fez sua inscrição pela escola de ballet Petite Danse, onde dança há cinco anos, e conquistou uma vaga disputadíssima. Apenas Luciana e mais um bailarino, Miguel, foram selecionados para participar do evento que reuniria os melhores bailarinos do mundo.

As delegações de outros países eram enormes, e pelo Brasil, apenas os dois representavam nosso país. Eram 79 bailarinos ao todo e apenas 20 se classificariam para as finais. Desses 20, seriam escolhidos os 7sete melhores do mundo. Os jurados são intelectuais do ballet e/ou bailarinos consagrados na Europa e no mundo.

Luciana conquistou o 3° lugar e foi a única da América Latina, e também a única de sua idade na premiação. O 1° Lugar ficou com um bailarino de 19 anos; o 2º, com uma bailarina de 17; e Sagioro em 3º, com apenas 15 anos de idade. Além disso, também houve uma votação na web para a escolha de uma espécie de “Bailarino da Torcida”, onde Luciana foi eleita pelo público.

Luciana recebeu proposta de bolsas de estudos em oito companhias de dança renomadas, entre elas escolas em Londres e Munique, mas escolheu a Ópera Nacional de Paris, berço do ballet clássico. Em seus 353 anos, a Ópera de Paris teve apenas três brasileiros estudando e treinando na escola, sendo que o último foi há mais de 30 anos. Nunca na história da Ópera houve um brasileiro convidado a estudar lá e Luciana se tornou a primeira bailarina a receber este convite.

Jornal DR1 entrevistou Luciana Sagioro, a bailarina de Juiz de Fora que foi eleita a terceira melhor do mundo.

Jornal DR1: Quem é a sua inspiração no ballet?

Luciana Sagioro: Tenho muitas inspirações, uma delas é a Mayara Magri.

Jornal DR1: Quais espetáculos que participou, marcaram a sua história?

Luciana Sagioro: Cada espetáculo me marcou de uma forma diferente, mas sem dúvidas as apresentações no exterior como a Suíça, foram muito importantes e me abriram muitas portas.

 

Jornal DR1: Qual a importância do Prix de Lausanne 2022 na sua trajetória?

Luciana Sagioro: Através do Prix de Lausanne, fiquei conhecida pela minha arte, no mundo exterior, fui contemplada com oito bolsas internacionais, por toda Europa, e também recebi minha bolsa de estudos para ingressar na Ópera de Paris.

Jornal DR1: Qual o sentimento ao saber que faz parte do Ópera Nacional de Paris?

Luciana Sagioro: Um sentimento de muita gratidão e orgulho, estar representando meu país em uma das maiores escolas de dança do mundo.

Jornal DR1: Como é fazer parte do Ópera Nacional de Paris?

Luciana Sagioro: Um privilégio e uma honra poder aprender com mestres tão capacitados!

Jornal DR1: Como funcionam as aulas no Ópera Nacional de Paris?

Luciana Sagioro: No período da manhã, temos as aulas acadêmicas (matemática, português…), e no período da tarde até a noite, diversas aulas de Ballet.

Jornal DR1: Qual é o seu grande sonho?

Luciana Sagioro: O meu maior sonho é viver da dança. E em um futuro mais distante, me tornar étoile da Ópera de Paris.

Jornal DR1: Qual é o seu projeto para 2022?

Luciana Sagioro: Embarcar em Agosto para Paris, viver e aprender muito lá.

 

Fotos: Marcela Lemgruber

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