Após uma campanha aparentemente bem-sucedida de vacinação em
todo território nacional, o país começa a voltar ¨ao normal¨. A estagnação da economia e o alto índice da inflação não se aplicam apenas ao Brasil. A América latina como um todo sofreu o impacto negativo da pandemia não somente no cenário econômico, mas também no seu quadro político com o crescente descontentamento social e o gradativo desalinho da estrutura democrática.
Apesar do auxílio emergencial e dos estímulos monetários e fiscais,
a população sentiu na pele o estado precário do sistema público
de saúde, a fragilidade de sua representatividade frente o jogo de polarização entre esquerda e direita e alta do custo de vida. Junte-se a isso o autoritarismo crepitante que vem se instaurando de alguns países latinos como em El Salvador, por exemplo. Tendo em vista tal cenário, parece certo dizer que caímos vítimas não apenas da pandemia pelo vírus da covid, mas também da disseminação de uma doença política sistêmica que ameaça matar a própria cidadania. Nunca a América latina esteve tão vulnerável.
A América latina ainda sim caminha entre a perspectiva de crescimento
econômico de apenas 3% e esperança de algumas reformas sociais, em especial no setor da saúde, que possam, ao menos, salvaguardar alguma integridade física e civil.