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O Cantador de Histórias: Bodas de diamante: Professores e amores eternos 

A tarde era festiva no salão de festas da Vila Andrade. Fredi Jon, com seu violão em mãos, esperava o momento certo para entrar. Ele havia sido contatado pela família de Carlinda, sua professora de infância, para surpreendê-la em suas bodas de diamante. Sessenta anos de união com seu marido, José Roberto, e Fredi Jon e a cantora da trupe teriam a honra de homenageá-los com sua serenata, carregada de memórias e gratidão. 

A dupla entrou suavemente no salão, e logo avistaram Carlinda, perto da porta de entrada, recepcionando os amigos ao lado de José Roberto. O casal irradiava uma cumplicidade única, construída ao longo de décadas. Quando a música preencheu o ambiente, Carlinda olhou surpresa. Foi só quando Fredi se aproximou que ela o reconheceu.. “Fredi… você aqui?”, sussurrou ela, emocionada. 

Fredi sorriu e assentiu. “Sim, professora. Vim retribuir o que a senhora me deu, tantos anos atrás.” Ele começou a cantar uma canção que falava do tempo, das lembranças e do amor que sobrevive às décadas. Carlinda apertou a mão de José Roberto, ambos emocionados, revivendo cada momento de sua caminhada juntos. A serenata foi mais do que uma homenagem; era um tributo ao papel que Carlinda desempenhara na vida de Fredi e no coração de sua família. 

Após a música, ele se aproximou e a abraçou com carinho. “Você me trouxe tantas lembranças, Fredi”, disse Carlinda, com a voz embargada. A família ao redor se emocionava com o reencontro, gratos por aquele presente musical que unia passado e presente de forma tão delicada. 

Três anos depois, em Perdizes, Fredi preparava-se para outra celebração. Desta vez, fora contatado pela família de Maria Helena, sua professora de português, para celebrar as bodas de diamante dela com seu marido, José Carlos. O reencontro prometia ser especial, pois Maria Helena fora quem despertara em Fredi o amor pelas palavras e pela música. 

Quando Fredi entrou na sala e começou a tocar, o olhar de Maria Helena imediatamente mudou. Surpresa e emoção a tomaram, e ela murmurou, “Fredi Jon… é você?” José Carlos, ao seu lado, segurou sua mão com ternura. A música, escolhida com cuidado, falava da importância das palavras e do poder das histórias, algo que Maria Helena ensinara a Fredi com tanto zelo. 

A serenata foi uma viagem pelas lembranças, e Maria Helena, sempre uma mulher de letras, agora era tocada pela poesia da melodia. “Você sempre soube transformar palavras em arte, Fredi”, disse ela, emocionada, ao final da apresentação. “Que honra ter feito parte da sua jornada.” No final da apresentação toda a família dançou com o casal. 

As bodas de diamante de Carlinda e Maria Helena não eram apenas comemorações de amor, mas também de legado, um tributo aos laços que, apesar do tempo, permaneciam fortes e vivos no coração daqueles que tocavam. 

Essas homenagens, organizadas com carinho pelas famílias, tornaram-se momentos inesquecíveis, onde a música e as memórias se entrelaçaram, celebrando vidas dedicadas ao ensino e ao amor.

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