Fredi Jon e seu saxofonista, Paulo, chegaram à charmosa casa de chá na Vila Mariana com entusiasmo para homenagear o Sr. Hashimoto em seus 80 anos. A celebração prometia ser um momento de contemplação e harmonia, com a família reunida para compartilhar histórias, risos e a serenidade típica da cultura japonesa.
Ao entrarem, foram convidados a tirar os sapatos, um gesto de respeito e conexão com o ambiente. Contudo, o que deveria ser um momento de simplicidade logo se transformou em uma comédia inesperada. Fredi e Paulo estavam com meias furadas – uma revelação que arrancou sorrisos contidos dos convidados. Como se não bastasse, o cheiro da sala já denunciava uma noite difícil, precisávamos ter fôlego para suportar até a última canção, o que não parecia ser fácil.
Enquanto a família tentava manter a postura educada, cochichos discretos circulavam. O neto mais novo comentou com a avó:
— Será que o chá é pra disfarçar o cheiro do chulé?
Fredi, sempre espirituoso, percebeu a situação.
— Olha, pessoal, dizem que a música tem o poder de transformar qualquer ambiente. Vamos testar se funciona com o ar daqui!
A brincadeira trouxe risos leves e quebrou a tensão. Mas o desafio estava apenas começando. Quando a apresentação começou, Fredi percebeu que havia esquecido uma das músicas do repertório! E falou de improviso:
— Essa música “Isso aqui tá bom demais” vem celebrar o grande momento do sr Hashimoto e o perfume do chá que já tomou todos os espaços desta sala.
A frase arrancou gargalhadas, e o público, encantado, acompanhou cada nota. Mas para Fredi e Paulo, o momento estava longe de ser tranquilo. O saxofonista, tentando manter o fôlego para tocar, mal conseguia disfarçar o incômodo. Entre uma nota e outra, ele fazia caretas e sussurrava para Fredi:
— Eu não consigo respirar, cara! Esse ar tá impossível!
Fredi, já acostumado a situações inusitadas, resolveu brincar com a dificuldade. Entre as canções, comentou com o público:
— Vocês sabiam que a música exige mais do que talento? Também precisamos de pulmões de ferro, principalmente quando o ar não colabora!
Paulo, segurando o riso enquanto tentava tocar, não resistiu e soltou algumas gargalhadas no meio das notas, contagiando os convidados. Apesar do desconforto, a leveza dos músicos transformou os instantes difíceis em diversão.
A última música foi uma celebração pura, carregada de emoção e gratidão. No final, os aplausos foram calorosos, e o Sr. Hashimoto, com olhos marejados, agradeceu:
— Vocês nos deram mais do que música hoje. Deram uma lembrança inesquecível e ensinaram que até o desconforto pode virar motivo de riso e união.
Na saída, Fredi, enxugando o suor da testa, olhou para Paulo e comentou:
— Acho que hoje respiramos mais chulé que oxigênio, mas conseguimos!
Paulo, ainda rindo, respondeu:
— Da próxima, Fredi, eu trago meias novas e você um cilindro de oxigênio!
E assim, a serenata entrou para a história da família Hashimoto, lembrada não só pela música, mas pela leveza com que todos transformaram pequenos imprevistos em uma celebração da vida.